Lá fora, as laranjeiras e as acácias floridas davam indícios de felicidade. Li um pouco de Adélia Prado e fui para a cozinha preparar um bolo de nozes. Então chegaram nossos diletos amigos, Tiago e Jerusa. Toda vez que os recebemos em nossa casa é como se ela ficasse impregnada com a sensibilidade e inteligência de suas conversas tranquilas, repletas de referências filosóficas e existenciais. Um abraço bom e, depois de meia dúzia de frases ligeiras, começamos a falar sobre a atual situação política do Brasil. Com eles é possível fazer isso. Eu sabia que em momento algum haveria confronto, polarizações, defesa de um lado ou de outro. Diretores da Escola Nova Acrópole, passeiam naturalmente por diversas culturas, e logo foram nos mostrando as imperfeições desse sistema chamado democracia. Em seu extremo, o ideal, seríamos governados por um grupo de sábios, impregnados de ensinamentos adquiridos pela vivência e pela leitura dos textos antigos, esses que nos revelam em nossa grandeza e iniquidade. Sim, somos um pêndulo que oscila entre a ganância, o desejo de poder e a generosidade que nos leva a ver o outro e suas necessidades na hora de tomar alguma decisão. Em silêncio agradecido, ficamos ouvindo por longo tempo como agiam os grandes líderes do Egito, da Grécia, de Roma. Povos que, após milênios, ainda são reverenciados quando o assunto é a arte de governar.
Opinião
Gilmar Marcílio: uma tarde...
Em política, hoje estamos condenados a votar no menos medíocre
Gilmar Marcílio
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