Prestando atenção, os debates entregaram uma polêmica importante, resgatando uma discussão recente. No debate da Rádio Caxias, ontem, o candidato Maurício Scalco (PL) perguntou a Felipe Gremelmaier (MDB) sobre a Festa da Uva:
– O senhor pretende viabilizar essa Festa sem dinheiro público?
E então surgiram duas visões sobre como financiar a Festa. Felipe defendeu que a prefeitura deve ser parceira para viabilizar o evento não só economicamente. Scalco entende que não deve ter dinheiro público na Festa. Tal debate ocorreu na campanha de 2016, e foi o que se viu depois. São duas visões antagônicas. A Festa da Uva sem recursos públicos, viu-se em 2019 como é. Confira o diálogo a seguir.
Duas visões opostas
Felipe Gremelmaier: “A Festa da Uva e o parque são importantíssimos. Sei do impacto que ela tem para gerar emprego e renda para Caxias do Sul. A prefeitura precisa ser sempre parceira da Festa da Uva. É fundamental essa parceria. A prefeitura precisa viabilizar a Festa da Uva, não só economicamente.”
Maurício Scalco: “Eu vou viabilizar a Festa da Uva sem dinheiro público. Enquanto tiver uma pessoa na fila de espera por saúde morrendo em hospital, o dinheiro terá prioridade, que será a saúde de Caxias. O evento tem de ser autossustentável. O dinheiro público agora precisa focar no que é essencial à população, que é saúde, diminuir as filas, fazer exames e salvar vidas. Todo nosso trabalho será em uma Festa da Uva autossustentável, sem aporte de dinheiro público.”
Felipe Gremelmaier: “Nós temos de entender que esses grandes eventos são o fomentador de recursos que vão para a saúde e para a educação. Sem grandes eventos, sem captação de eventos, que as pessoas venham visitar Caxias do Sul, conhecer a cidade e deixar dinheiro aqui, esses setores mais primordiais para sociedade não terão recursos.”
Mesmo argumento de Guerra
O ponto de vista de Scalco e seu argumento são exatamente os mesmos do ex-prefeito Daniel Guerra para a Festa de 2019, que ampliou o espaço entre as edições para três anos. Uma Festa que Guerra disse ser sem recursos públicos, e foi bem mais modesta. A prefeitura confirmou que não manteria o patrocínio direto à Festa, mas houve um aporte de R$ 1,5 milhão em 2017 aprovado pela Câmara para obras e PPCI do Centro de Eventos, bem como recursos de leis de incentivo à cultura federal, estadual e local. Ao final, o governo da época anunciou lucro de R$ 70 mil, valor questionado até hoje.