Há cerca de quatro anos, um grupo de proprietários de vinícolas, restaurantes, pousadas e atrativos de Caxias do Sul, Flores da Cunha e Nova Pádua decidiu se unir e criar a Associação para o Desenvolvimento do Enoturismo – Passo do Vinho. Um ano depois, Nova Roma do Sul passou a integrar a entidade. Agora, mais uma cidade da Serra está prestes se inserir no roteiro que já conta com 18 empreendimentos.
Na posse do novo presidente da entidade, Clóvis Boscato, o enólogo adiantou o interesse de Farroupilha ingressar no Passo do Vinho. Além de comentar o crescimento a passos largos do roteiro, o proprietário da Vinícola Boscato projeta a próxima safra e investimentos que fará nos altos de Nova Pádua. Confira:
O que vem pela frente no Passo do Vinho?
O nosso crescimento vai se dar pela divulgação dos nossos empreendimentos em forma de roteiros fracionados para facilitar a escolha do turista. Ele pensa assim: hoje eu vou focar mais no no vinho. Então, ele tem duas ou três opções para fazer. Fica a critério dele andar no município de Flores da Cunha e Caxias, ou Nova Pádua e Nova Roma do Sul. São rotas que estão sendo traçadas.
São municípios de grande extensão territorial, o que pressupõe diversidade de atrações. Quantos empreendimentos compõem o Passo do Vinho hoje?
Hoje são 18 empreendimentos, mas vai entrar Farroupilha. Nós estamos nos dirigindo para lá, nos próximos dias, porque fomos chamados para o gabinete do prefeito. Ele quer conversar conosco e saber o que precisa para entrar no Passo, que é só a vontade.
Quantos atrativos deve acrescentar?
Eu acho que vão agregar mais uns dez, que é o mínimo para se tornar uma rota turística e um bom destino.
Com cinco municípios, o Passo do Vinho se torna o maior roteiro turístico regional?
Sim, vai ser o maior roteiro da Uva e Vinho, porque nós vamos ter, dentro dos próximos meses, de 8 a 12 mantenedoras que querem entrar para ajudar a divulgar também. E nós precisamos isso, porque nós queremos crescer.
Esse crescimento não é só quantitativo, mas é qualitativo, depende do que cada um está fazendo no seu negócio. Usando o exemplo da Vinícola Boscato, como estão investindo no enoturismo?
Vem muita coisa boa... Temos novos produtos, estamos estudando uma área mais confortável para o turismo e temos que aproveitar a potencialidade deste lugar que é bonito, é alto... A altitude onde nós estamos é de 817 metros. Temos uma amplitude térmica muito alta. Então, é muito agradável esse clima aqui.
E bom para as uvas, certo?
Com certeza, porque a amplitude térmica é um diferencial para as castas europeias, porque eu tenho as cores do vinho mais intensas, os flavonoides são melhores e os taninos são mais consistentes. A potencialidade de volume de boca também é bem maior.
Você pretendem criar um espaço novo de degustação?
Nós temos na empresa uma sala de análise sensorial para 36 pessoas. E agora queremos levar essa experiência para mais próximo dos vinhedos, da paisagem. A ideia é construir uma sala envidraçada aqui no Altos da Boscato. Acredito que entre 12 e 18 meses ela ficará pronta.
Como será a safra?
O frio se prolongou e choveu na floração. Nós ficamos preocupados, mas deu tudo certo. A produção não será igual a última safra, teremos uns 10% a menos, mas tudo nos indica que teremos uma uva de boa qualidade, e previsões estão dizendo que vamos ter dezembro e janeiro com pouca chuva.