A primeira rodada da negociação salarial do comércio já dá sinais de que a pauta promete ser uma das mais polêmicas dos últimos anos. Além do reajuste, que sempre é um dos pontos que demandam mais esforços para se chegar a um acordo, o trabalho em finais de semanas e feriados é uma das situações que mais chamam a atenção.
No documento apresentado pelo Sindilojas Caxias, estão as propostas de abertura do comércio em todos os feriados e datas comemorativas, e a ampliação da jornada de trabalho, além da criação de um núcleo para a solução de conflitos.
Sobre estas propostas, o Sindicomerciários diz que elas representam uma tentativa de retirada de direitos sociais, pois fariam com que a categoria trabalhe três domingos para folgar um. Atualmente, são dois domingos trabalhados para cada um folgado. No caso dos feriados, os comerciários passariam a trabalhar também no Natal, Dia do Trabalhador e 1º de janeiro, os únicos que ainda não permitiam a mão de obra contratada, conforme as últimas convenções.
De pano de fundo das negociações está a pandemia. Os lojistas propõem a abertura o ano inteiro para compensar perdas provocadas pelo fechamento dos estabelecimentos em diversos momentos da pandemia. Do lado dos trabalhadores, destacam que esta postura não reconhece a dedicação e os riscos enfrentados pela categoria no cenário pandêmico. E o sindicato dos comerciários alerta também para a tentativa de retirada de auxílio-creche, auxílio funeral e outros benefícios.
A próxima reunião de negociação entre os sindicatos deverá ocorrer na semana que vem, na próxima segunda-feira (19).
Impasse também no índice
Na primeira reunião das entidades, o Sindilojas Caxias também apresentou um valor para reajuste salarial, que é 70% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que fechou em 9,22% no acumulado na data base de julho. O Sindicomerciários luta pelo reajuste de 11%.