A informação que o Rio Grande do Sul seguirá em bandeira preta na próxima semana só confirmou o que os sindicatos que representam empresários e trabalhadores do comércio caxiense já vêm fazendo nos últimos dias: se preparando para tomar medidas a fim de evitar novas demissões no setor. Após o fim do subsídio do programa do governo federal, entidades buscam alternativas para os trabalhadores do ramo não essencial que ficam em casa.
De acordo com o presidente do Sindicomerciários, Nilvo Riboldi Filho, a convenção já firmada para tratar da pandemia prevê o banco de horas negativo para compensar em outras oportunidades as horas não trabalhadas quando o comércio é fechado por força de lei. A antecipação de até dois períodos de férias também foi permitida.
Mas as medidas são insuficientes para conter as demissões. De acordo com levantamento do sindicato laboral, o quadro de trabalhadores do comércio foi reduzido em cerca de 20% com a pandemia. O período de maior movimentação por conta dos “acertos” relacionados às demissões tem sido neste início de ano.
_ Acabaram os benefícios, terminou a estabilidade da redução de jornada e as pessoas acabaram indo para a rua _ destaca Nilvo.
Se adotada a flexibilização em uma nova convenção firmada entre Sindicomerciários e Sindilojas, ela lembrará o recurso adotado por muitas indústrias da região na crise de 2015, quando funcionários eram dispensados às sextas-feiras por conta da falta de pedidos.
O presidente do Sindicomerciários diz que as negociações seguem também para que as empresas que flexibilizaram a jornada paguem o INSS dos funcionários sobre o valor total, e não o que é descontado.
De acordo com o Sindilojas, o assunto da redução de jornada também vem sendo tratado pela Fecomércio.