A ameaça dos vinhos importados aos produtores do polo vitivinícola da Serra Gaúcha é real. E crescente: de janeiro a maio, 60 milhões de litros de vinhos entraram no país, 64% a mais do que no mesmo período de 2018 e o dobro em relação a 2015. O dado acende duas luzes:
A vermelha: a concorrência mostra-se favorável às marcas estrangeiras, que ganham goles cada vez mais encorpados do brasileiro.
A verde: o setor vitivinícola brasileiro, embora tenha de conviver com um consumo per capita baixo (média é de dois litros por habitante ao ano), pelo tamanho do país, tem muito potencial a ser explorado. Precisa investir em visibilidade, feiras e em ações estratégicas.
As vinícolas nacionais necessitam ser ousadas em suas táticas para, além de desbravar as exportações, não perder de vista o mercado interno. A concorrência ficará ainda mais acirrada após o encerramento das negociações do acordo entre Mercosul e União Europeia, com o barateamento, previsto em 30%, dos rótulos estrangeiros no país.
Nos primeiros cinco meses, foram negociados US$ 188,9 milhões em vinhos estrangeiros, com preço médio de US$ 3,15 por litro. Chile, Portugal, Argentina, Itália e Espanha lideram o ranking de exportadores ao Brasil.