Um dado divulgado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra a fragilidade financeira e a falta de planejamento da população brasileira. Isso porque 46% dos usuários do cheque especial recorrem ao limite todos os meses. Os juros médios dessa modalidade de crédito superam os 300% ao ano, sendo um dos mais caros do mercado, só atrás do rotativo do cartão de crédito.
O que explica, então, que esses consumidores não tenham buscado outra alternativa de crédito mais acessível antes de utilizar o limite da conta corrente?
Desconhecimento é a resposta. 63% não sabem o percentual dos juros cobrados, e ficam no negativo para cobrir imprevistos com saúde, pagar dívidas e quitar custos com manutenção de veículos. A desatenção com as taxas cobradas é maior nas classes C, D e E.
A facilidade no uso, sem qualquer tipo de burocracia, leva muitos correntistas a utilizarem o limite do cheque especial. Porém, as novas regras, que entraram em vigor no domingo, buscam evitar o efeito “bola de neve”. Pela norma, os bancos passarão a entrar em contato com os clientes que usarem mais de 15% do limite da conta por 30 dias consecutivos, oferecendo como alternativa um financiamento pessoal mais barato, com a possibilidade de parcelar a dívida. Haverá fiscalização?
Será que na prática isso funcionará? Bancos vivem de “emprestar” dinheiro, com taxas lucrativas, e por vezes, exorbitantes. A acompanhar.