Quem está com viagem marcada para o Exterior e precisa adquirir dólar surpreende-se: a moeda está cotada a R$ 3,93, chegando a R$ 4,03 (sim!), nas agências de câmbio de Caxias. Ou seja, o temor de que passaria a barreira dos R$ 4 já se concretizou.
Os importadores de matérias-primas para a indústria estão preocupados com a elevação no custo de insumos, assim como lojas que trabalham com artigos vindos do Exterior, como presentes, vinhos e eletroeletrônicos. Já os exportadores aplaudem, pois seus produtos ganham competitividade lá fora, muito embora também sofram o impacto na produção das mercadorias, e o custo pode anular parte do ganho extra.
Nesta terça-feira, o real foi a moeda que mais perdeu valor ante o dólar entre os principais países emergentes. Mesmo com forte intervenção do Banco Central, que injetou um total de US$ 2,3 bilhões no mercado de câmbio, a moeda subiu 1,85% e fechou a R$ 3,8101, a maior cotação desde 3 de março de 2016, período que antecedeu o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Essa cotação vale para contratos do governo e norteia o valor para o consumidor, que é mais caro, já que no mercado a moeda é flutuante, com taxas e efeito especulativo.
Cenário econômico inseguro, já que a greve dos caminhoneiros escancarou a fragilidade do governo, e situação política embaralhada com as eleições impõem nervosismo ao mercado.