A esperança de que a virada na economia chegaria no segundo semestre levou um balde de água gelada nesta quarta-feira, quando o consultor do Simecs, Rogério Gava, declarou que “a crise brasileira continuará firme até o final do ano.”Em evento sobre as perspectivas econômicas, promovido pela entidade para empresários, o especialista afirmou que as projeções sinalizam para nova queda no PIB, juros em alta e retração da atividade industrial.
– A crise continua tirando o sono da indústria, de empresários e trabalhadores: essa é a incontestável realidade – declarou.
A verdade é que sim, o momento econômico mostra-se delicado, complicado, difícil. Mas é verdade também que a palestra nesse tom de desesperança proferida por um consultor da “casa” em meio à queda de braço com os trabalhadores por conta do dissídio busca, também, mobilizar a opinião pública e sensibilizar os metalúrgicos para protelar a reposição da inflação nos salários. Tanto que o tema entrou em pauta:
– O aumento dos salários sem a contrapartida na produtividade encarece o trabalho, reduz a competitividade e impede o avanço da indústria – apontou Gava.
A torcer que aos poucos a economia dê sinais de recuperação. Pode ser lenta, mas precisa ser gradual e contínua.