A vinda da presidente Dilma Rousseff (PT) a Caxias, nesta segunda-feira, foi frustrante para ao menos um setor importante da Serra Gaúcha: o vitivinícola. No ano em que contabilizam quebra na safra de 65% (a mais expressiva dos últimos 70 anos!), os produtores de uva esperavam ao menos algum alento vindo da presidência.
A principal reivindicação diz respeito ao subsídio do governo federal previsto para o seguro agrícola, que ainda não foi pago e está tendo que ser assumido pelo setor. A cadeia vitivinícola também esperava saber quando o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) do vinho vai cair de 10% para 6%, conforme foi anunciado pelo ministro do Trabalho e Previdência Social Miguel Rossetto na abertura da Festa da Uva. Em seu discurso na cidade, durante a entrega das unidades do programa Minha Casa Minha Vida, nenhuma frase de Dilma foi direcionada aos produtores:
- A gente queria mesmo que ela (a presidente) tivesse vindo na abertura da Festa ou ao menos no encerramento. Assim poderíamos tratar do setor durante o nosso maior evento. Faltou sensibilidade. Parece que estamos pedindo esmola, mas são demandas legítimas - lamenta Olir Schiavenin, coordenador da Comissão Interestadual da Uva e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua.
Em 2015, a agropecuária foi o único setor que apresentou crescimento no Produto Interno Bruto (PIB). Enquanto a baixa geral foi de 3,8%, o segmento teve alta de 1,8%. O descaso do poder público com as demandas do cadeia vitivinícola, acredita Schiavenin, ameaça a sobrevivência das produções:
- A agricultura sustenta o país e está sendo tratada dessa forma. É preocupante.
Além da falta de anúncios para o setor vitivinícola, chamou a atenção que a presidente não falou sobre a Festa da Uva, encerrada um dia antes da visita. O discurso de Dilma foi pautado pelo Minha Casa, Minha Vida, pela luta contra o mosquito Aedes aegypti e pela crise política.
Decepção
Caixa-Forte: Falta de anúncios de Dilma em Caxias frustra setor vitivinícola
No ano em que contabilizam quebra na safra de 65%, os produtores de uva esperavam ao menos algum alento vindo da presidência
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