Correria na rotina do dia a dia, notificações no celular ou desatenção ao dirigir o veículo. Os motivos são diferentes para não atravessar a rua na faixa de pedestres, mas todos podem comprometer a segurança no trânsito de Passo Fundo. No mês de conscientização no trânsito, o Maio Amarelo, a reportagem de GZH Passo Fundo foi às ruas verificar se o passo-fundense respeita uma das principais regras de trânsito.
Para quem circula diariamente nas ruas da cidade, sobretudo na região central, o tema é recorrente nas paradas de ônibus e também nos pontos de táxi. O cruzamento da Avenida Brasil com a Avenida Sete de Setembro é o ponto de táxi do passo-fundense Gelson Thans, que faz corridas há 20 anos na cidade. Segundo ele, tanto motoristas quanto pedestres não cumprem as regras de trânsito quando se trata de faixa de pedestres.
— Isso é muito relativo, tanto da parte do motorista quanto do pedestre. Na sinaleira, quando o sinal está aberto, a preferencial é do carro, mas muitas vezes o pedestre não respeita. Além disso, atravessam fora da faixa de segurança, andam fora da calçada ao atravessar, em diagonal, e não em linha reta. Muitos motoristas não respeitam também quando as pessoas estão atravessando na faixa — afirma.
Como taxista, Gelson também reclama que as pessoas acabam esperando o semáforo ficar no verde em cima da faixa de pedestres, e não na calçada. Por ele precisar sair com os passageiros, necessita sair em linha reta com o veículo, mas as pessoas ficam na sua frente.
— Para arrancar, é sempre um problema, pois temos de ir em linha reta. Às vezes, a gente faz sinal para saírem, para o povo dar passagem, mas eles se ofendem. É bem complicado — completa.
O vendedor ambulante Cézar Rosa trabalha nas ruas de Passo Fundo há sete anos. Pedestre, ele utiliza um carrinho de mão para carregar seus produtos, que variam de pano de prato até milho. No caso dele, a atenção com a faixa de pedestres é duplicada, pela sua integridade física e também pelo instrumento de trabalho.
— Eu sempre atravesso na faixa. Tento me cuidar sempre, por mim e pelo carrinho, mas percebo que muitos não são assim. As pessoas pensam que vai dar tempo (de atravessar em segurança), mas a verdade é que não. E as pessoas vão igual. O erro é esse — pontua o trabalhador.
Situação facilita atropelamentos na cidade
O respeito e o cuidado às regras de trânsito são fundamentais para evitar incidentes. Em Passo Fundo, apenas em 2022, foram registrados 57 atropelamentos no perímetro urbano e em rodovias que costeiam a cidade, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública de Passo Fundo. Destes, seis pedestres morreram. O setor não possui dados deste ano.
Segundo a pasta, a média anual de atropelamentos na área urbana de Passo Fundo, nos últimos cinco anos, de 2017 a 2022, é de 61 pessoas. De 2013 a 2017, a média anual era ainda maior, com 127,8 pessoas atropeladas.
— O fator atropelamento nos preocupa muito porque ele possui um índice de morte elevado. O nosso motorista não está obedecendo adequadamente a preferência da faixa para pedestres. É possível constatar que são imprudentes nesta questão — afirma o secretário João Darci Gonçalves da Rosa.
Gonçalves afirma que, entre os principais fatores para os atropelamentos, são imprudência de condutores, utilização do celular, além de descuidos. O público mais atingido, segundo o secretário, é o idoso.
— São muitos fatores. O pedestre que se descuida e não utiliza a faixa de pedestre, o uso do celular, a imprudência dos motoristas. É algo que nos preocupa — relata.
GZH Passo Fundo
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