As forças de segurança agora contam com um novo espaço para gerenciamento de crises e eventos em Passo Fundo e região: trata-se de uma sala que conecta dispositivos como câmeras de videomonitoramento e canais de comunicação de todos os órgãos de segurança para dar mais efetividade à cobertura de determinados acontecimentos.
Em Passo Fundo, o "gabinete de crise", como foi chamado, fica no 3º Regimento de Polícia Montada da Brigada Militar (RPMon). No RS, seguindo os modelos previstos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), existem apenas duas, em Passo Fundo e Porto Alegre. Em Bento Gonçalves e Viamão possuem salas semelhantes. Já em Pelotas e Rio Grande optaram por um modelo mais simples que fica anexo à Sala de Operações.
O mesmo espaço deve servir para auxiliar desde em eventos previstos, como o Festival Internacional de Folclore e as eleições municipais, até situações de crise imprevistas como perseguições policiais, rebeliões no presídio e alagamentos, por exemplo.
Segundo o comandante do 3º RPMon, tenente-coronel Marcelo Scapin Rovani, o conceito foi introduzido no Brasil ainda na Copa do Mundo de 2014. Depois, a metodologia começou a ser implantada pelos estados, pouco a pouco. Isso porque demanda tecnologia: o gabinete não recebe apenas informações da Brigada Militar, mas de todos os órgãos de segurança necessários para enfrentar situações ou crises.
— Claro, podemos usar (a sala) livremente na Brigada Militar porque ela proporciona uma visão de gestão muito boa. Possibilita sair um pouco do caos que é a sala de operações, que tem o 190, as câmeras, todo atendimento e despacho de viaturas, e entramos para uma parte mais efetiva de gestão — disse Rovani.
Como está sendo a utilização
No momento, o local está em fase de finalização, o que significa que ainda faltam móveis e equipamentos de comunicação a serem instalados. No futuro, o espaço também deve contar com o espelhamento do sistema do Projeto Guardião, câmeras de videomonitoramento da prefeitura de Passo Fundo espalhadas em mais de 200 pontos da cidade.
—A ideia é ter comunicação, visualização e reconhecimento. Através do gabinete, poderemos ver onde a tropa está distribuída e qual deve ser o apoio à decisão, comando e controle, tudo com um software específico (de comunicação) — afirmou Rovani.
Apesar de ainda restarem detalhes finais, o gabinete de crise já pode ser utilizado pelos órgãos de segurança em situações específicas. Um exemplo são ações no Presídio Regional, nas crises climáticas e ataques a bancos.