A Polícia Civil vai investigar a morte do adolescente Arthur Alex Wandscheer Erbe, de 15 anos, por pneumonia, ocorrida em 13 de outubro no Hospital Beneficente Dr. César Santos (Hospital Municipal). A família registrou boletim de ocorrência terça-feira (22) por negligência no atendimento.
No registro, a mãe diz acreditar que houve negligência por parte dos profissionais que atenderam Arthur. Conforme a certidão de óbito, a causa da morte foi insuficiência respiratória aguda, sepse e pneumonia. A investigação deve solicitar os prontuários hospitalares para averiguar se houve falha no atendimento.
Segundo relato da mãe, Marlice Wandscheer, o problema começou com uma dor de garganta no dia 6 de outubro. Ela levou o filho consultar no Hospital Municipal, onde ele foi atendido e liberado com receita de antibiótico e anti-inflamatórios.
Porém, conforme a mãe, o adolescente não teria melhorado com a medicação. Quatro dias depois, em 10 de outubro, ele foi novamente consultar, dessa vez no Cais Hípica. De acordo com Marlice, o médico teria informado que o jovem estava desidratado e que não foi possível fazer o soro na veia.
Ainda conforme a mãe, o médico teria tentado um leito em outros hospitais da cidade, mas ambos estavam lotados. Por essa razão, Arthur foi encaminhado de ambulância novamente ao Hospital Municipal, onde foi examinado, recebeu uma injeção de benzetacil e teve alta.
No entanto, passados mais três dias, no dia 13, Arthur piorou. Marlice relata que levou o filho ao hospital do município mais uma vez. Ele chegou a ser atendido e foram realizados exames, mas o jovem não resistiu ao agravamento do quadro.
— Demoraram para atender ele, deixaram nós lá fora, ele na cadeira de rodas e suando gelado, sem forças. Meu marido foi até o balcão e pediu pra atenderem, até que chamaram. Foi quando colocaram soro e viram que o coraçãozinho dele estava baixando. Por que não pediram antes um exame de sangue, um raio X? Mandaram ele pra casa. Como não viram que o pulmão dele estava comprometido? — questiona a mãe.
Em nota (leia abaixo na íntegra), a prefeitura diz que todos os serviços seguiram os protocolos, com ciência dos responsáveis pelo menino e realização de exames quando necessário.
Nota da prefeitura na íntegra
"Conforme a direção do Hospital Municipal Dr. César Santos, o adolescente foi atendido na instituição e todos os serviços seguiram os protocolos, com ciência dos responsáveis pelo menino e realização de exames quando necessário. Em todos os atendimentos, foi indicado o tratamento. Infelizmente, o adolescente teve complicações agudas e veio a falecer antes de ser transferido para um hospital de maior complexidade."
Caso Gustavo dos Santos Ribas
Outro caso semelhante ao do adolescente motivou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no último dia 14, na Câmara de Vereadores de Passo Fundo. A comissão busca investigar os fatos relacionados à morte de Gustavo dos Santos Ribas, de 8 anos, após quadro grave de pneumonia.
A família de Gustavo buscou atendimento no Hospital Dia da Criança — também do município — em junho, onde o menino recebeu diagnóstico de apendicite. Dois dias depois, a criança morreu com um dos pulmões totalmente comprometido em outra instituição de saúde da cidade. A família registrou ocorrência na Polícia Civil, alegando erro médico.
O caso segue em investigação na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa.