Conselhos e associações de Passo Fundo, no norte gaúcho, aguardam o olhar atento do prefeito reeleito Pedro Almeida (PSD) para problemas nas áreas da saúde, mobilidade urbana, meio ambiente, inclusão social, entre outros assuntos.
Em entrevista a GZH Passo Fundo, os representantes de entidades municipais falaram sobre o que deu certo no último mandato e o que precisa mudar para levar mais qualidade de vida à comunidade. Confira a seguir.
Conselho Municipal de Educação (CME)
O setor da educação teve avanços significativos durante o primeiro mandato de Pedro Almeida. Reformas em escolas municipais, construção de novas instituições e aumento no número de vagas. Estes foram alguns dos movimentos realizados, porém, há muito a se fazer ainda, como afirma a presidente do conselho Adriana Aparecida da Silva.
— Nós sempre trabalhamos com muito diálogo, e isso precisa permanecer. A educação deve ser o carro-chefe da administração. É importante que a gente siga prezando pela qualidade do ensino, para que a gente realmente seja uma cidade educadora efetiva. As escolas estão em periferias, então ainda temos muitos problemas. Ainda estamos trilhando um longo caminho — pontua.
Um dos próximos desafios do setor será a elaboração do novo Plano Municipal de Educação.
— A vigência do Plano Nacional de Educação (PNE) foi prorrogado até dezembro de 2025. Então, no próximo ano precisa ser feito esse novo plano para o município. A gente espera que o prefeito continue olhando pela educação com esse comprometimento dos últimos anos. Desejamos que essa valorização dos profissionais e inclusão de todas as crianças siga. As crianças não podem ficar fora da escola — pontua.
Conselho Municipal de Saúde (CMS)
O Conselho Municipal de Saúde atua como um fiscalizador do Sistema Único de Saúde (SUS). Durante a campanha eleitoral, Pedro se propôs a consolidar a expansão da rede de saúde pública, articulando os equipamentos de atendimento primário com o Hospital Beneficente Dr. César Santos e os demais hospitais localizados no município.
Segundo o presidente do CMS, Nilton José Gomes, um dos grandes problemas a ser enfrentado pelo município é o sistema estadual de gerenciamento de marcação de consultas com especialistas, o Gercon.
— Esse sistema acaba gerando grandes filas, inclusive no setor de oncologia. Nós temos que investir no hospital municipal para dar o escoamento que precisamos para a saúde de Passo Fundo, inclusive o centro de diagnóstico que temos lá precisa ser mais bem aproveitado. Também acreditamos que seja necessário fazer uma repactuação com o município dessas consultas a nível Gercon, gerenciadas pelo Estado — pontua Nilton.
Outro ponto citado pelo presidente é a valorização dos médicos.
— Tem que se pagar melhor os médicos, senão não teremos médicos de qualidade — conclui.
Conselho Municipal do Meio Ambiente (CMMA)
Assim como outras cidades do Estado, Passo Fundo também tem sofrido com questões climáticas como enchentes e tempestades de granizo.
Diante do executivo, o Conselho Municipal do Meio Ambiente afirma a necessidade de maior diálogo com o prefeito, não só pela questão da emergência climática, mas para solucionar outras questões que necessitam de atenção, como o destino dos resíduos gerados pela população.
— Precisamos discutir a emergência climática com mais seriedade ambiental. Além disso, também precisamos abordar a questão da destinação do nosso lixo. Nós pagamos para que este resíduo sólido vá embora, sendo que ele poderia ser transformado e tratado para gerar riquezas para a nossa cidade — pontua o presidente do conselho, Carlos Raya Nedel.
Como opções de reciclagem, Carlos cita a produção de telhas ecológicas com o lixo sólido e o uso de lixo orgânico para adubo das propriedades rurais do município.
Associação Passo-fundense de Cegos (APACE)
Com 25 anos de atuação em Passo Fundo, a APACE considera a atuação de Pedro Almeida como favorável, principalmente no que se refere ao diálogo com a associação. Porém, o presidente da entidade, Fábio Flores, afirma que há muito ainda a se fazer.
— Com relação à área da pessoa com deficiência, ainda estamos engatinhando. Precisamos avançar em algumas questões, como a sinaleira sonora, para a pessoa com deficiência visual ter autonomia na travessia das vias públicas — relata.
Como ações positivas, Flores pontua o custeio do local da entidade, promovido pela prefeitura, e também o movimento de construção do piso tátil em calças do município.
— Temos uma grande expectativa para os próximos quatro anos. Queremos trabalhar junto com o prefeito nos processos de inclusão na cidade. Temos que discutir sobre a padronização das calçadas, porque hoje não são padronizadas e tem um sobe e desce que pode prejudicar tanto as pessoas com deficiência quanto idosos, por exemplo — conclui.
Conselho de Mobilidade Urbana
Durante os últimos quatro anos, Passo Fundo recebeu diferentes ações e programas relacionados à mobilidade urbana do município. Como exemplo, o conselho cita o programa "Passo Fundo Vai de Bici", sistema gratuito de bicicletas compartilhadas, e qualificação na iluminação pública.
Segundo o presidente do conselho, Alexandre Mello, as ações tem como objetivo disponibilizar meios de transporte alternativos que reduzam os impactos ambientais negativos.
— Essas ações promovem o uso do transporte público, de bicicletas e até de caminhadas. Através de incentivos financeiros foram realizadas melhorias na infraestrutura, o que auxilia na redução e na dependência de veículos individuais — explica.
Para os próximos quatro anos, Mello afirma que o conselho espera que a administração municipal dê continuidade aos investimentos realizados nas políticas públicas voltadas a qualificação dos serviços de transporte coletivos.
— Isso deve incentivar cada vez mais os meios alternativos de deslocamento — conclui.
Proteção e Bem-estar Animal
Durante o mandato do ex-prefeito Luciano de Azevedo, foi criado, em 2018, o Fundo do Bem-estar Animal (Fubem). A instituição tem como foco questões referentes única e exclusivamente aos animais, como afirma a presidente Juliana Bolzan.
— O intuito do Fubem é de administrar e dar destinação, através de editais, às verbas decorrentes de multas de maus tratos aos animais, bem como de doações de empresas e particulares. Acredito que avançamos na criação do Fubem, mas para os próximos quatro anos precisamos seguir com políticas públicas. Precisamos de maior atenção da gestão municipal — explica.
Durante a nova gestão do prefeito reeleito, Juliana relata que tem a expectativa de que a Coordenadoria do Bem-estar Animal se torne uma secretaria, com mais funcionários e mais verba destinadas à causa.
— Mais investimento na pauta animal reverte em benefícios para todos — pontua.