A programação de férias da médica gaúcha Mariana Mattioni foi diferente neste ano. Em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia, ela aproveitou o período que estaria usufruindo do descanso das suas atividades profissionais em Porto Alegre para embarcar em uma missão: ser voluntária de um programa social e humanitário em dois abrigos de refugiados na Polônia.
Formada em Medicina pela Universidade de Passo Fundo (UPF), Mariana atua como médica rotineira intensivista das Unidades de Terapia Intensiva do Hospital Moinhos de Vento e Ernesto Dorneles, em Porto Alegre.
Aos 37 anos, a gaúcha foi selecionada pela VVolunteer para atuar na organização de medicamentos e materiais hospitalares doados aos refugiados em dois abrigos localizados na fronteira da Polônia com a Ucrânia, nas cidades de Radymno e Przemyśl, em fevereiro deste ano.
Junto com outras duas médicas emergencistas, Mariana também realizou um curso de primeiros socorros aos refugiados e aos coordenadores dos abrigos. Ela, ainda, ficou de sobreaviso para outras funções sob demanda. A equipe que atuou com Mariana durante sete dias era formada por 11 brasileiros, entre médicos, professora, advogada, jornalista e economista.
— Nosso objetivo era o de oferecer suporte para coordenação e gestão dos abrigos, orientações jurídicas na resposta de refugiados e migrantes para a garantia de seus direitos, ajuda estrutural na organização de doações internacionais de alimentos, medicações e suprimentos hospitalares, preparo de guia de brincadeiras e atividades educativas para as crianças, além de um suporte psicológico e orientações médicas aos mais necessitados — afirma a gaúcha de Ijuí.
Nos abrigos, Mariana conta que encontrou diversas situações de traumas da guerra, como depressão, tentativas de suicídio e a separação de muitas famílias. Diante disso, os poloneses foram muito receptivos aos refugiados.
— O povo polonês foi muito receptivo e solidário com os refugiados. Estão realmente engajados em apoiar o povo ucraniano e amenizar as consequências da guerra — aponta.
Médica atuou na guerra do Iraque

Com a experiência de já ter sido voluntária na Jordânia, durante a guerra do Iraque, em 2018, ela relata que o trabalho de reconstrução após o trauma de uma guerra não é fácil. Segundo Mariana, o trabalho realizado nos abrigos é fundamental para a retomada da vida das famílias.
— Estar em um país diferente, com língua diferente, sem emprego e muitas vezes sem exercer sua profissão é muito difícil. O trabalho das organizações de apoio é muito importante para dar condições para eles retomarem suas vidas — pontua.
Experiência enriquecedora
Mais do que a bagagem no currículo e o crescimento profissional, participar de uma experiência como essa requer humanidade, empatia e sensibilidade com o próximo, princípios fundamentais da medicina. Mariana não tem dúvida que deverá seguir com ações voluntárias.
— Foi uma experiência muito enriquecedora e que me trouxe aprendizados. Embora seja uma pequena ajuda, sentimos que a nossa contribuição fez a diferença na vida daquelas pessoas. Quero seguir participando de ações sempre que possível — finaliza.
GZH Passo Fundo
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