Por Julcemar Zilli, economista
Além das inestimáveis perdas humanas, no contexto econômico a análise do desempenho das exportações de uma região desempenha um papel crucial na avaliação de sua saúde financeira e sua integração com o mercado global. No entanto, os números que retratam as exportações de Passo Fundo até abril de 2024 revelam uma realidade preocupante que demanda uma análise cuidadosa.
Com um valor de exportações de apenas US$ 89,7 milhões em abril de 2024, torna-se evidente que Passo Fundo enfrenta desafios significativos em seu desempenho de exportação. Este montante representa uma queda de 33,94% em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, quando comparado com 2023, o total exportado em 2024 equivale a apenas 16,18% do registrado no ano anterior.
No contexto da balança comercial, os números não oferecem alívio. O saldo nos primeiros quatro meses de 2024 totaliza US$ 275,9 milhões, equivalendo a apenas 12,57% do saldo comercial de 2023. Essa queda de 36% em relação ao mesmo período do ano anterior sinaliza as dificuldades enfrentadas por Passo Fundo.
É crucial ressaltar que estes dados não levam em consideração os efeitos do excesso de chuvas, que prejudicaram o transporte dos bens para o porto de Rio Grande. O fenômeno natural certamente agravará ainda mais a situação já delicada das exportações da região.
As chuvas excessivas representam um desafio adicional significativo para a economia de Passo Fundo e sua capacidade de realizar exportações eficientes. O transporte de bens para o porto de Rio Grande, vital para as exportações da região, é diretamente afetado por condições climáticas adversas, como chuvas intensas e enchentes.
Estes eventos climáticos causaram interrupções nas estradas e rodovias, tornando o transporte de mercadorias mais difícil e arriscado. Além disso, as inundações danificaram as infraestruturas de transporte, incluindo pontes e viadutos, resultando em custos adicionais de reparo e manutenção.
Outra consequência das chuvas excessivas é o aumento dos custos de logística, devido à necessidade de alterar rotas de transporte, resultando em desvios mais longos e custos extras com combustível e tempo de viagem. Além dos impactos imediatos nas exportações, as chuvas excessivas também podem causar danos à infraestrutura agrícola da região, afetando negativamente a oferta de produtos para exportação.
É essencial desenvolver estratégias de adaptação e resiliência para enfrentar tanto os desafios econômicos quanto os climáticos. Investimentos em infraestrutura mais resiliente e práticas agrícolas sustentáveis são fundamentais para impulsionar as exportações e promover o desenvolvimento econômico sustentável da região.
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