Cerca de 55 indígenas da etnia caingangue ocupam um terreno do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) às margens da BR-285, próximo ao trevo do Instituto Federal (IFSul) de Passo Fundo, no norte gaúcho. O grupo chegou no município na última quinta-feira (7), às 5h.
Grupos indígenas de diferentes cidades, como Carazinho, Caseiros, Gentil e Mato Castelhano, reivindicam a aceleração do processo de estudo de qualificação dos territórios indígenas, além da criação de um grupo de trabalho (GT) para realizar as demarcações.
Na próxima semana, outras comunidades de Serrinha e Alto Recreio devem chegar para fazer parte da ocupação, como afirma o cacique Dorvalino Joaquim, 60 anos.
— As pessoas que acham que algo precisa ser feito estão se reunindo com a gente. Se não fizermos o movimento, o governo não vai se posicionar. Os políticos não têm boa vontade política para resolver a questão da demarcação — afirma.
Doze famílias indígenas dizem que pretendem seguir no local até a solução da demarcação territorial. O grupo se denomina como Comunidade Kaingang Goy Kéry. Segundo o cacique, o Dnit já notificou a ocupação no local.
— Se levar 10 anos para solucionar esse nosso problema, ficaremos por todo esse tempo aqui. Para mim, minha morada é aqui agora e eu faço parte deste movimento de reivindicação — disse.
Através de nota, o Dnit confirma que a notificação foi realizada e que os indígenas têm prazo de 30 dias para sair do local (confira a nota na íntegra abaixo).
Nota Dnit
"O DNIT informa que se trata de uma ocupação irregular no km 290,8 da BR-285/RS, a qual foi constatada, no dia 07/11/2024.
O DNIT esteve no local, e por ser uma área que engloba a faixa de domínio da União, foi efetuada uma notificação solicitando a desocupação do local num prazo de 30 dias. Caso não haja a desocupação no prazo estipulado, serão dados os encaminhamentos devidos."