A 43ª Romaria de Nossa Senhora Aparecida acontece neste domingo (13) em Passo Fundo, no norte gaúcho, e deve reunir mais de 100 mil pessoas.
Conforme o arcebispo do município, Dom Rodolfo Luís Weber, a devoção histórica à santa e um sistema único de sonorização são os diferenciais que tornam a celebração um dos maiores eventos religiosos do Rio Grande do Sul.
— A comunicação ao longo do trajeto cria um ambiente diferente, permitindo que todos participem ativamente da celebração. Isso é um dos diferenciais da romaria de Passo Fundo, o que atrai não apenas devotos, mas também pessoas de diferentes credos e convicções — disse em conversa com GZH Passo Fundo.
Segundo ele, a fé em Nossa Senhora Aparecida tem raízes profundas na região. Tudo começou em 1951, quando foi criada a Diocese de Passo Fundo. De acordo com o arcebispo, naquela época acontecia a Romaria da Diocese de Erechim, em homenagem a Nossa Senhora de Fátima.
Depois, quando a Diocese de Passo Fundo se desmembrou de Erechim, em 1971, a comunidade religiosa sentiu falta de uma romaria própria.
— Quando o seminário foi construído, em 1975, optaram por colocar o nome de Nossa Senhora Aparecida. Depois, em 1980, iniciamos nossa romaria. Mas essa devoção já vem bem antes, mostrando o quanto a comunidade sempre foi ligada à santa — explicou.
Demonstrações de fé entre mais de 100 mil pessoas
Entre os fiéis, uma história comovente é a de Romana Luiza dos Santos, 65 anos, que participa da romaria desde 2000. Apesar de ser deficiente visual, a moradora de Não-Me-Toque vem todos os anos para percorrer em Passo Fundo os 7 quilômetros de procissão, da Catedral até o Santuário, na RS-153.
— A mãe participa desde o ano 2000. Começou logo depois que eu nasci, porque ela fez uma promessa que participaria da procissão durante sete anos com os pés no chão caso desse tudo certo no meu nascimento. Quando eu fiz sete anos, comecei a ir com ela. Virou uma tradição — conta a filha de Romana, Maria Clara Almeida, 25 anos.
Romana revelou um fato curioso e impressionante: de acordo com ela, nenhum tipo de dor era sentido quando ela fazia a procissão com os pés no chão.
— Eu só pensava em cumprir minha promessa. Desde então, vou todos os anos para agradecer as bênçãos que eu e minha família conquistamos no decorrer dos meses — completou Romana.
De acordo com Maria Clara, ver sua mãe participando da romaria mesmo com as dificuldades causadas pela deficiência visual é um momento único.
— É uma experiência difícil de explicar em palavras. Apenas participando para saber e sentir o que os fiéis sentem — completou.
Outro relato é o da designer Taise Cavanos, 38 anos, que participará da romaria pela primeira vez.
— A procissão é um momento de reflexão sobre a vida e tudo que de bom nos acontece — disse ela, expressando a expectativa de levar sua filha, Maria Eduarda, de apenas 8 meses, para aprender sobre a fé desde cedo.
— Precisamos disso, do que a espiritualidade e a fé nos proporcionam… Eu acredito que há algo melhor para nós, por isso espero estrear na romaria este ano ao lado da minha filha — finalizou.
Programação completa
12 de outubro — Dia de Nossa Senhora Aparecida
- 8h30min: missa dos idosos no Santuário
- 9h15min: oração do terço
- 10h: missa
- 11h15min: oração do terço
- 14h: missa no santuário
- 15h15min: terço vocacional
- 16h: missa no Santuário e Romaria das Crianças
- 18h: missa
13 de outubro
- 7h: missa na Catedral
- 7h: missa no Santuário
- 8h: início da procissão da Catedral ao Santuário
- 10h30min: chegada da procissão e missa campal no Santuário
- 13h15min: terço vocacional
- 14h: bênção do Santíssimo
- 16h: missa dos jovens
Mais informações sobre o evento podem ser obtidas através dos telefones (54) 9 9650-3846 ou (55) 9 9678-1986.
Venda de alimentos
- Cucas: R$ 15
- Churrasco: R$ 110 (2kg de carne) — no sábado e domingo
- Carreteiro: R$ 15 (apenas domingo)
- Pão com linguiça: R$ 5 (apenas domingo)