Em Santa Rosa, no noroeste gaúcho, 61 competidores tiveram um domingo (18) diferente: desceram quase 200 metros em uma corrida digna de Fórmula 1 — mas com carrinhos de lomba.
O GP do Rolimã envolveu participantes de todo o Estado em uma disputa que começou nas salas de aula do Instituto Federal Farroupilha (IFFar). Esse foi o segundo "grande prêmio" de rolimã de Santa Rosa.
Os participantes competiram em três categorias. Nas Rolimã 1 (pilotos com até 12 anos de idade) e Rolimã 2 (a partir dos 13 anos), as rodas do carrinho precisavam obrigatoriamente ser de rolamento. Já na categoria livre, era permitido criar o carrinho conforme a imaginação do piloto e com qualquer tipo de roda.
Os vencedores levaram um troféu para casa — e a sensação de dever cumprido por criar carrinhos resistentes e velozes da competição. Foram eles:
- Rolimã 1: Joaquim Scherer Roque
- Rolimã 2: Marlon Cavinato
- Categoria livre: Vagner Aires Flores.
Começou na sala de aula
Além de resgatar a brincadeira antiga, os professores do IFFar de Santa Rosa perceberam que poderiam inserir o rolimã no aprendizado das turmas do instituto, como nos cursos de edificações e móveis, e nas disciplinas de mecatrônica, matemática e física.
Nos cálculos, o objetivo era encontrar o tamanho e materiais ideais para construir um carrinho veloz e resistente.
— Precisamos ter essa noção para criar um carrinho com a proporção certa, e também criamos versões do carrinho em 3D nos laboratórios. É um trabalho melhorado, digamos, daquele que fazíamos antigamente, quando a gente simplesmente cortava uma tábua, botava o eixo e saia rolando lomba abaixo — disse o professor Rodrigo Padilha dos Santos, que coordenou a competição.
Ana Gabriela Alves, 18 anos, fez os cálculos de física para entender como poderia criar um carrinho que ganhasse mais velocidade na prova. Deu certo: ela venceu a corrida que disputou.
— O carrinho varia: ele pode ter uma velocidade acelerada ou constante. Se for constante, podemos medir através da distância e do tempo — explicou.
Pedro Henrique de Carli, 16 anos, não competiu como piloto, mas ajudou a projetar um carrinho inspirado no design da Fórmula 1.
— Usamos como inspiração o carro do Ayrton Senna. No fim, ele correu melhor que o esperado. Só o freio que estávamos com um pouco de medo, mas de resto está ótimo — disse.
— É uma experiência muito boa. Você vê desde criança pequena até senhor de idade competindo e participando, então é algo inclusivo. É muito legal ter uma proposta assim — afirmou Bernardo Coletto, 17 anos.