O acusado de matar Evandro Ferraz, operador de máquinas da prefeitura de David Canabarro, em setembro de 2016, foi absolvido pelo júri popular na tarde desta quarta-feira (20), no Fórum de Casca, no norte gaúcho. A decisão foi anunciada pelo juiz Cristiano Eduardo Mencke, que presidiu os trabalhos, por volta das 15h30min.
Desde o início, a defesa sustentou que o acusado Cleocir Alves de Ramos não participou do crime. De acordo com a advogada Bárbara Letti, os representantes apresentaram evidências de que Ramos estava trabalhando no dia e hora em que o crime aconteceu.
— Foram ouvidas 37 testemunhas e nenhuma apontou ele como autor do assassinato com certeza. No plenário, mostramos para os jurados analisarem a causa e todas as inconsistências que havia, de diligências que faltavam ser trazidas aos autos, que não foram feitas ou concluídas, perícias e pessoas que deveriam ter sido ouvidas e não foram, diversas circunstâncias que não traziam o mínimo com certeza à relação de Cleocir com a autoria do crime — disse a advogada.
À época do crime, Ramos chegou a ser preso preventivamente, mas aguardava o julgamento em liberdade (relembre o acontecimento abaixo).
"Frustração"
Do outro lado, o advogado Wagner dos Santos, que representa a família de Evandro e atua como assistente de acusação ao lado do Ministério Público, reitera que estava e segue convicto do posicionamento que sustentou pela condenação de Ramos.
— O sentimento é de frustação. Mas como advogado e profissional, respeito imensamente a decisão dos jurados. Os jurados, como sempre, decidem com um base nas provas, no processo, com um baile nas versões que são levantadas pelas partes, pela liberdade de defesa, pelo promotor e pela sustentação nesse caso — afirma.
Agora, a família analisará se encaminhará, ou não, recursos sobre a decisão.
Relembre o caso
À época do 36 anos, Evandro Ferraz estava em casa com a família na localidade de Capela São Peregrino, no interior de David Canabarro, em 13 de setembro de 2016, quando viu um homem arrombar e colocar fogo em seu carro. Ao sair para intervir, foi atingido pelos disparos.
Evandro chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital São José, em David Canabarro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu enquanto era transferido ao Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), em Passo Fundo.
A linha inicial era de que o crime tivesse motivação passional. Mais tarde, o inquérito policial concluiu que a morte foi causada por desavença política.