Uma brincadeira de futebol de patins entre dois irmãos virou um esporte no Brasil. Agora, uma delegação de 10 pessoas, incluindo oito atletas e dois integrantes da comissão técnica, buscam recursos financeiros para participar do Campeonato Mundial de Futins, que ocorre em Trabzon, na Turquia, entre os dias 20 e 26 de novembro.
No Brasil, a modalidade é chamada de futins, mas em outros países é conhecida como roller soccer, roller foot ou football skating. Ela surgiu em 1882, no Reino Unido.
Hoje residente em Erechim, a pernambucana Juliana Falcão, 39 anos, foi quem iniciou a prática esportiva no Brasil. Ao lado do irmão, Caio Falcão, ela "inventou" a brincadeira no quintal de casa, quando tinha 12 anos. Ambos estavam de patins e resolveram jogar bola. O pai, Almir, achou curioso e resolveu pesquisar mais sobre o esporte.
Ele entrou em contato com diversas pessoas, do mundo todo, até descobrir que o esporte já era praticado. Almir ficou tão apaixonado pela modalidade que hoje é presidente da Associação Brasileira de Futebol de Patins e vice-presidente da Federação Internacional.
Como funciona?
O futins é disputado em quadras de futsal. As equipes são mistas e compostas por cinco titulares — não há um número específico de quantos homens ou mulhores podem integrar o time inicial. Também não há limite para substituições.
As regras básicas são a proibição de dar carrinho; as faltas são cobradas por tiro direto e o atleta não joga se estiver caído. Os atletas devem utilizar o modelo de patins em linha ou sem intervalos. Uma novidade para o mundial deste ano é que os goleiros poderão fazer defesas com as mãos. Antes isso era proibido. Eles deveriam evitar os gols utilizando apenas os pés e o corpo.
Cada partida tem dois tempos de 20 minutos, e o jogo é indoor. Ou seja, sempre que a bola sair da quadra ou no teto, é recolocada em jogo na lateral com os pés. Assim como no futebol, ganha o jogo quem marcar mais gols.
Os treinos
Hoje, Juliana não pratica mais a modalidade, mas é preparadora física da seleção brasileira de futins. Mesmo morando em Erechim, ela é responsável por administrar os treinamentos dos atletas, que se concentram, na sua maioria, em Recife.
Lá, eles utilizam praças públicas para conseguirem se aprimorar na modalidade.
— Os atletas têm um treinador (pai da Juliana) e geralmente se preparam duas vezes na semana. A preparação intensa, estamos nos organizando para fazer na Turquia, alguns dias antes do início do Mundial — disse a preparadora.
O Brasil está entre os 32 países confirmados para disputar o Campeonato Mundial. No entanto, há incertezas sobre a participação, visto que existe uma possibilidade de a equipe não conseguir arcar com todos os custos da viagem, já que precisam pagar suas próprias passagens, estádias e alimentações.
Para diminuir os custos e conseguir representar o país, os atletas buscam ajuda financeira. Até o momento, a patrocinadora oficial da competição, a Turquish Airline, já auxiliou com 50% do montante, mas ainda é necessário cerca de R$ 50 mil.
Esta poderá ser a sétima participação do Brasil no Campeonato Mundial. O melhor resultado do país foi a medalha de bronze, conquistada em três oportunidade: 2010, na Itália; 2011, no Recife; e 2012, na França.
Como ajudar?
Para ajudar os atletas, basta entrar em contato com Almir Falcão pelo número (81) 99996-0995 ou pelo Instagram da seleção brasileira de futins.