Foram mais de 30 anos em sala de aula até Marilda Nazari se aposentar. Professora de alunos do Ensino Fundamental, do 5º ao 9º ano, ela sempre teve a profissão como vocação de vida. Trabalhou em escolas privadas e públicas de Passo Fundo até chegar a aposentadoria, sempre aguardada por quem dedicou uma carreira inteira dedicada à educação. Entretanto, ela ainda tinha motivação para fazer mais um sonho.
— Era um projeto de vida que a gente pudesse trabalhar com as crianças de uma forma mais individualizada, porque quem respirou esse ambiente por tanto tempo sabe das dificuldades que existem em sala de aula pelo número de alunos e que muitas vezes não conseguimos atender as particularidades e as dúvidas. Os professores fazem milagres — comenta Marilda.
A iniciativa foi compartilhada com outros colegas e tomou forma. O trabalho que começou pequeno em 2011 foi crescendo e ganhando força à medida que as demandas chegaram. Em junho o projeto feito por voluntários completa 12 anos e foi durante a pandemia que a importância dele ficou ainda mais evidente. Hoje 10 professores se revezam para atender 53 alunos de escolas estaduais da cidade, com turmas de matemática, português e alfabetização.
— A gente normalmente pega as coisas do caderno e vê o que precisa. Retoma o conteúdo, deciframos o que não sabemos. Já está dando resultado na prática, estou muito melhor — diz Lyah Sidra Vargas, estudante do 8º ano.
Além das aulas de reforço, a iniciativa estimula o interesse pela escola e pelos estudos. Uma forma de oferecer um suporte extra, ajudando-os a superar os desafios que enfrentam.
— O projeto é maravilhoso, no sentido de educação, de aprender cidadania, de tudo. Mas percebo que eles já evoluíram bastante. Para o professor é uma satisfação, ainda mais quando a gente os vê caminhando sozinhos, resolvendo as coisas. Missão cumprida de quem faz o bem — aponta a professora de alfabetização, Nélis Welter.
A iniciativa dos professores de Passo Fundo é um exemplo de como a educação pode ser transformadora.
— A semente é essa, de que o aluno está aprendendo, pegando gosto pela matéria, porque às vezes o não entender cria um bloqueio e não se consegue avançar. Eles são capazes e quando começam a entender criam gosto e passam a produzir mais — finaliza Marilda.
O projeto funciona na Rua Fagundes dos Reis, 69, todas tardes das 14h às 17h. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone (54) 9 91 60 6166.
GZH Passo Fundo
Entre em contato conosco: