Criada há 15 anos dentro do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Passo Fundo, o projeto Banda Liberdade está precisando de ajuda.
Em 2008 foi criado o projeto Banda Liberdade no Case pelo psicopedagogo Isair Barbosa e pelo juiz da Comarca de Passo Fundo Dalmir Franklin de Oliveira Júnior. Eles tiveram a ideia de promover oficinas de música para os adolescentes internados em razão de condenações por atos infracionais graves. O objetivo era incentivar esses jovens a ficar longe da criminalidade por meio da arte.
As oficinas renderam talentos que se organizaram e se apresentaram com a Banda Liberdade. O projeto conquistou a comunidade e, durante os últimos anos, mudou a perspectiva de vida de dezenas de jovens. Os internos tiveram a oportunidade de conhecer instrumentos, aprender a tocar, entender partituras e envolver-se num mundo que antes parecia distante. A participação foi crescendo e sempre há interessados em fazer parte do grupo — quando saem da internação, entram novos integrantes, o que provoca grande rotatividade.
O projeto da banda sobrevive de doações e, para angariar recursos e mantê-la, foi fundado em 2016 o Instituto Libertarte, uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), para auxiliar o projeto. Essa etapa teve o apoio dos músicos Marcelo Pimentel e Ricardo Pacheco, além de outros membros da sociedade civil de Passo Fundo.
— O instituto é sem fins lucrativos, sobrevive de doações e editais para obter recursos e dar segmento a essa proposta. O grande desafio neste momento é arcar com os custos de manutenção de instrumentos, equipamentos e pagamento do instrutor — diz Oliveira.
O juiz conta que, neste ano, foi o instituto que assumiu o pagamento das oficinas, além de emprestar equipamentos para as apresentações. Em anos anteriores, a banda Liberdade tinha apoio de algumas igrejas católicas e evangélicas, o que deixou de acontecer.
O magistrado defende o fortalecimento de projetos desse tipo para desmistificar os preconceitos da sociedade em relação aos jovens internos e egressos do Case:
— Quando o adolescente comete o ato infracional existe um rótulo por parte da sociedade de identificá-lo como criminoso, bandido, marginal. Na criminologia, é muito importante mudar isso, para que se abram novas oportunidades para esse jovem. Quando ele aparece como um artista, músico, sua imagem muda perante ele próprio e a sociedade, que passa a acreditar que ele pode mudar sua vida.
Oliveira lembra que o trabalho é realizado além dos portões do Case, abrangendo internos e egressos, prestando também um trabalho de assistência social.
A banda Liberdade já participou de shows de grupos consagrados no país, como O Rappa, onde fez uma apresentação no Planeta Atlântida em 2016.
Uma segunda banda formada por egressos
Depois do sucesso do projeto Banda Liberdade, com adolescentes que cumprem medida socioeducativa, foi criada a banda Libertarte, com formação fixa de egressos, músicos e do próprio juiz.
O grupo mudou a formação algumas vezes e já tem três músicas autorais que estão em plataformas de streaming e nas redes sociais da banda: Aprender me Fascina, com a participação de Marcelo Lobato, dO Rappa, Súplica de um Brasileiro, que tem os vocais de Rafa Machado, da Chimarruts, e Basta Acreditar, gravada no final de 2022 e lançado no início deste mês.
Atualmente, a banda com egressos está com o trabalho suspenso em razão da saída de dois integrantes, que deixaram Passo Fundo. O grupo está em busca de jovens da cena do rap interessados em participar.
Instituto precisa de voluntários
O Instituto busca voluntários e interessados em contribuir com mensalidades, depositadas na conta do Instituto Libertarte. A ideia é que eles possam usar a música como uma nova perspectiva de vida.
Como ajudar
- Banrisul
- Agência: 0310
- Conta Corrente: 06.157386.0-7
- PIX: CNPJ – 26.622.798/0001-05
- Endereço: Rua João Catapan, nº 1297, bairro Santa Marta, Passo Fundo, RS
Para ser voluntário e conhecer o projeto
GZH Passo Fundo
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