Por Pedro Ruas, vereador em Porto Alegre (PSOL)
Ambientalistas e especialistas de várias áreas do conhecimento, de todos os recantos do planeta, estão reunidos, na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP29, na capital do Azerbaidjão/Ásia. A discussão é sobre medidas que poderão ser adotadas para remediar os danos que causamos ao meio ambiente. O lamentável é que, enquanto tantos buscam soluções, alguns governos prosseguem com práticas predatórias ao meio ambiente, como é o caso de Porto Alegre que, por sinal, está participando do evento.
Essa falta de empatia é vista nas ações e decisões da prefeitura de Porto Alegre que, apesar de ter visto o sofrimento da sua população que perdeu tudo na enchente de maio, de ter tido imensos prejuízos com as inundações, insiste em liberar obras que, pelos estudos, deverão causar sérios problemas ambientais. É o caso da dispensa da realização de audiência pública para a construção de um megaprojeto, com cinco torres, duas dessas medindo 100 metros da altura, quando a altura máxima permitida, conforme o Plano Diretor, na região, o bairro Menino Deus, próximo da orla, é de 52 metros.
A cidade de Porto Alegre não precisa de mais hotéis, pois dados do próprio setor indicam uma ocupação média anual fica em torno de 57%
Ao mesmo tempo, o prefeito anuncia a concessão de mais um trecho da orla do Guaíba, a área do Anfiteatro Pôr do Sol, para a construção de centro de eventos, lojas comerciais, hotel, marina pública. Aquele espaço é o único restante junto ao Guaíba, que ainda mantém uma pequena mata ciliar onde abelhas polinizam as flores, pássaros e pequenos mamíferos vivem, procriam se alimentam.
Sou contrário a esse plano e prego a manutenção da estrutura do anfiteatro, construído para manifestações do 1º Fórum Social Mundial em 2001, quando 116 países participaram. O prédio pode ser reparado, se abrindo de novo para show, apresentações populares.
Além disso, a cidade de Porto Alegre não precisa de mais hotéis, pois dados do próprio setor indicam uma ocupação média anual fica em torno de 57%. Essa qualificada hotelaria conta com muitos espaços para eventos, da mesma forma que a Fiergs e a PUCPOA dispõem de Centros de Eventos capazes de acolher eventos de grande porte.