Por Jorge Avancini, presidente do Sindaergs
O Rio Grande do Sul é conhecido pela qualidade de sua educação e pela formação de profissionais qualificados. No entanto, diante dos desafios do mercado de trabalho, surge a pergunta: onde estão os profissionais formados no Estado? Segundo o Semesp, em 2019, o RS teve 65,3 mil concluintes no Ensino Médio e 518 mil matrículas no Ensino Superior, sendo 331 mil em cursos presenciais e 187 mil na modalidade EAD.
Apesar desses números, muitos jovens migram para outros Estados ou até para o exterior em busca de melhores oportunidades, salários mais competitivos ou condições de trabalho mais atraentes. Esse êxodo afeta diretamente o desenvolvimento das regiões do Interior, onde as instituições de ensino desempenham um papel crucial na formação da mão de obra. Sem políticas que incentivem a permanência desses talentos, o Interior sofre com a evasão de profissionais e a estagnação econômica.
Municípios menores, que abrigam importantes instituições de ensino, veem seus profissionais se mudarem, criando um ciclo de estagnação
Essa migração afeta a economia e o desenvolvimento do interior gaúcho. Municípios menores, que abrigam importantes instituições de ensino, veem seus profissionais se mudarem, criando um ciclo de estagnação. Essas instituições são fundamentais, não apenas para qualificar pessoas, mas também para fortalecer a economia e o tecido social das regiões onde estão.
Para reverter essa situação, é essencial que empresas, governos e universidades trabalhem juntos. Programas de estágio, capacitação e parcerias com o setor produtivo podem conectar os formandos ao mercado local, gerando oportunidades que incentivem sua permanência. Além disso, é necessário valorizar os cursos a distância (EAD), que já atendem a 187 mil estudantes no Estado, democratizando o acesso à educação e permitindo que jovens de áreas mais distantes se qualifiquem sem precisar sair de suas cidades.
O futuro do RS depende de como valorizamos os profissionais formados. A interiorização do desenvolvimento, aliada a políticas que incentivem a permanência dos talentos, é essencial para um futuro mais próspero.