Por Soraia Schutel, cofundadora da escola Sonata Brasil e doutora em Administração pela UFRGS
No contexto em que vivemos, de um mundo pós-pandemia e após as avassaladoras enchentes que o Rio Grande do Sul enfrentou, se intensificam as reflexões sobre o sentido da vida e a forma como cada pessoa usa o próprio tempo.
Diante do caos, como ter força para elevar as pessoas à nossa volta? Como não perder a esperança quando tudo parece perdido? Como agir para seguir adiante e ser luz no meio da sombra?
Ao enfrentar um grande desafio, o conhecimento racional não é suficiente. Somos a geração que está construindo novos manuais de gestão de si e das organizações na era da complexidade e da necessidade de ser antifrágil.
Evidencia-se, assim, a necessidade de fortalecer as inteligências emocionais e espirituais humanas, não privilegiadas nas formações acadêmicas e profissionais
Toda crise carrega consigo a oportunidade de nos transformarmos, de sermos seres humanos que decidem pelo caminho das virtudes e de não desistir, apesar das dores e perdas.
Evidencia-se, assim, a necessidade de fortalecer as inteligências emocionais e espirituais humanas, não privilegiadas nas formações acadêmicas e profissionais.
Por séculos características como assertividade, competitividade, habilidades com números e temas mais científicos foram supervalorizados nas relações sociais. Enquanto habilidades como empatia, intuição, vulnerabilidade, acolhimento eram desvalorizadas e menosprezadas no ambiente corporativo.
No entanto, na crise, são justamente as habilidades socioemocionais que se tornam o diferencial das relações humanas. A capacidade de escuta, de sensibilidade ao outro, de dar e também pedir ajuda, caracterizam os líderes que engajam pessoas no nosso tempo.
Porto Alegre recebe, em novembro, durante o evento CHAMA, dois nomes internacionais que são referência nessas human skills (habilidades humanas) fundamentais para lidar com os desafios atuais: Nilima Bhat e Bernardo Toro.
Diante das crises que vivemos, o cultivo dessas características é essencial. O cuidado, a empatia e a resiliência tornam-se cruciais para liderar e transformar. Valorizar as habilidades socioemocionais é o caminho para um futuro mais humano, equilibrado e acolhedor.