Por Beto Fantinel, secretário de Estado do Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul
Acessar o Ensino Superior ainda é um desafio para a maioria dos jovens gaúchos. Um desafio que fica maior quando se mora longe dos grandes centros urbanos, em municípios onde a oferta de cursos é reduzida ou inexistente. E que se torna quase insuperável quando a situação financeira das famílias não permite que o egresso do Ensino Médio tenha condições de se dedicar aos estudos.
Para mudar essa realidade, criamos, em parceria com o Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee-RS), o programa Universitário do Amanhã. Em 2023, oferecemos 3 mil vagas em cursos preparatórios a distância para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Agora, o Universitário do Amanhã foi ampliado. A nova fase, com início previsto para este mês, oferecerá até 5 mil vagas, destinadas a estudantes de todos os municípios do Rio Grande do Sul
A ação teve como público-alvo jovens entre 17 e 24 anos, inscritos no Cadastro Único de Assistência Social (CadÚnico) e residentes em municípios com população de até 25 mil habitantes. As cidades participantes foram selecionadas com base em dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), levando em consideração os piores desempenhos no Enem de 2021.
Agora, o Universitário do Amanhã foi ampliado. A nova fase, com início previsto para este mês, oferecerá até 5 mil vagas, destinadas a estudantes de todos os municípios do Rio Grande do Sul. A faixa etária se mantém, e o CadÚnico continuará sendo o balizador, mas a abrangência do programa será exponencialmente maior.
Queremos, ao final do processo, assegurar que jovens em situação de vulnerabilidade social participem do Enem em melhores condições de competitividade. Nossa missão é fazer com que o abismo existente entre candidatos se torne cada vez menor, promovendo o acesso à formação superior ao maior número possível de estudantes com esse perfil sociodemográfico.
Crescemos ouvindo que estudar é o melhor caminho, mas não percebemos o quão difícil pode ser trilhá-lo. Cabe ao poder público exercer a função de facilitador, desenvolvendo iniciativas que estejam alinhadas a diferentes contextos. A universidade precisa ser plural, não um privilégio de poucos.