Por Rafael Terra, professor de MBA de Marketing Digital e Redes Sociais e autor do livro Bem-estar Digital
Proibir o uso das redes sociais para crianças e adolescentes no mundo de hoje é inviável e pode isolá-los de um mundo essencial às suas vidas. No entanto, é necessário guiar esse uso de forma equilibrada e saudável. Os pais precisam entender que o uso excessivo de telas pode prejudicar o desenvolvimento emocional e social dos filhos, mas a chave para combater isso é o equilíbrio, não a proibição.
A primeira lição é simples: dar e ser o exemplo. Não adianta exigir que as crianças se desconectem se os pais estão sempre conectados. Mostre que há atividades importantes fora das telas, como esportes, leitura e momentos em família. Ao priorizar essas atividades, você ensina na prática a importância de viver o mundo real.
Mudanças de humor, queda no desempenho escolar e isolamento são indicativos que o uso das redes sociais pode estar sendo prejudicial
Criar zonas livres de tecnologia em casa é uma estratégia eficaz para limitar o tempo de tela. O quarto das crianças, por exemplo, deve ser um desses espaços, pois o brilho da tela afeta o sono, e dormir bem é essencial para o desenvolvimento saudável.
Como incentivar esse equilíbrio? A desconexão planejada é uma resposta prática. Estabeleça horários do dia, como durante as refeições ou antes de dormir, em que todos na casa se desconectam. Isso não só promove o descanso mental, mas também fortalece as relações familiares. A interação cara a cara é insubstituível e vital para o desenvolvimento emocional.
Outra dica essencial é observar sinais de alerta. Mudanças de humor, queda no desempenho escolar e isolamento são indicativos que o uso das redes sociais pode estar sendo prejudicial. A intervenção deve ser imediata e empática. Converse com seus filhos sobre seus sentimentos e proponha alternativas, como atividades ao ar livre ou passatempos criativos.
Viver em um mundo digital é inevitável, mas viver em desequilíbrio não precisa ser. Com orientação, exemplo e estratégias práticas, os pais podem ajudar seus filhos a navegarem pelo mundo digital de maneira saudável, garantindo que o tempo de tela seja apenas uma parte da vida, e não o centro dela.