Por Mariane Rehm, cofundadora do Instituto Sul Doce
A confeitaria artesanal gaúcha segue se reerguendo das enchentes que atingiram o Estado. Mas, se tem um setor que sabe botar a mão na massa para recomeçar, é este! Sempre feito de variadas receitas que transformam vidas e são recheadas de sonhos. E não estou falando só daqueles bem saborosos, produzidos para comer. Segundo o governo federal, o RS tem 953 mil microempreendedores. Muitos deles estão nesse ramo — que é tão delicioso quanto desafiador. A maioria são mulheres, que trabalham de casa, com estruturas, em muitos casos, adaptadas. Um relatório, da plataforma ZupGo e da Associação Brasileira do Comércio de Artigos para Festas (Asbrafe), mostra que 69% delas operam sozinhas — sem ajudantes ou funcionários — e que 85% das confeitarias são administradas na própria residência.
Vamos trazer histórias inspiradoras, falar de tendências e promover oportunidades
O momento ainda é de superação. Pois muitas sedes, equipamentos e insumos ficaram submersos. Mas, entre tantos negócios individuais, união e parceria é o que não falta. Quem não foi fortemente atingido, imediatamente ajudou quem precisava — compartilhando até a cozinha. Porque cada empreendedora de volta, lutando neste mercado, é fundamental no bolo da economia. Como uma boa receita, elas contribuem juntando diversas partes e medidas para fazer dar certo, porque gostoso é crescer junto. Além dos consumidores, mobilizam uma grande rede de fornecedores regionais. As técnicas podem variar, das tradicionais e familiares às mais inovadoras e contemporâneas, mas a utilização de ingredientes frescos e locais é uma marca registrada. Garante a autenticidade e a qualidade de um produto artesanal.
A segunda edição da ChocolaTCHÊ — Feira e Congresso de Confeitaria Artesanal do Rio Grande do Sul, que acontece nos dias 10 e 11 de setembro, vai impulsionar ainda mais a retomada, a qualificação e profissionalização do setor. Vamos trazer histórias inspiradoras, falar de tendências e promover oportunidades. Tudo para fortalecer as empreendedoras doceiras gaúchas, que tanto acreditam, trabalham para ter independência e merecem ter seu protagonismo valorizado. Portanto, não desista e lute como uma confeiteira!