Por Cezar Henrique Ferreira, presidente do Sindicato dos Engenheiros no Rio Grande do Sul (Senge-RS)
Não é de hoje que o Senge-RS defende a valorização dos servidores públicos, em especial os engenheiros. Foi preciso, entre outros acontecimentos, uma pandemia e uma enchente sem precedentes para que o Estado, avesso a essa visão, percebesse que um quadro qualificado e bem remunerado é fundamental para o funcionamento da máquina pública.
Além disso, vale lembrar que a falta de estrutura e de um plano de carreira é motivo mais do que razoável para que engenheiros e outros profissionais procurem posições no mercado que os valorizem e os remunerem bem.
Não precisamos que engenheiros de outros países venham aqui atestar o que foi ou possa ser dito por nós, como observamos recentemente na prefeitura de Porto Alegre e no governo do Estado
A Lei 16.165/24 reestrutura as carreiras do serviço público. Apesar de não contemplar a totalidade do funcionalismo, é um alento para milhares de servidores. Não há progresso sem infraestrutura e sem condições mínimas de trabalho e remuneração.
Todavia, fica o registro de que a aprovação com maioria absoluta revelou, mais uma vez, a face de políticos e empresários neoliberais que atribuem ao funcionalismo a grave situação financeira do Estado.
Não concordamos com esta visão equivocada. O Sindicato dos Engenheiros defende um Estado forte, no qual o planejamento, balizado pela ciência e pelo conhecimento, é a base sólida para o crescimento sustentável. Por óbvio, isso não descarta, em hipótese alguma, a manutenção e a remuneração adequada para servidores, com a devida contrapartida na prestação de serviços de qualidade.
Representamos uma categoria que tem por missão buscar soluções que garantam o bem-estar das pessoas, tendo a tecnologia, a ciência e a inovação como norte. Não precisamos que engenheiros de outros países venham aqui atestar o que foi ou possa ser dito por nós, como observamos recentemente na prefeitura de Porto Alegre e no governo do Estado.
O fato de não sermos convidados a participar das discussões neste âmbito não nos impede de buscar vias alternativas e contribuir com a sociedade. O Senge-RS valoriza o saber fazer produzido em nossas universidades e dá voz aos engenheiros e engenheiras que muito dizem e pouco são ouvidos.