Por Daniel Randon, Presidente das Empresas Randon e do Conselho do Transforma RS
Por maiores que sejam os esforços e os investimentos privados em atualização de equipamentos, ampliação dos parques fabris e no aperfeiçoamento do capital humano, os resultados não passarão de isolados e episódicos sem o poder de colaboração de governo, setor privado, academia e sociedade.
Apenas um ecossistema atrativo aos negócios pode transformar o Estado e gerar novas oportunidades aos gaúchos
A virada de chave para um ambiente realmente atrativo, que ofereça empregos de alto nível e produtos de excelência, passa, obrigatoriamente, por uma política pública que incentive a inovação dentro de um moderno ecossistema, ou seja, um conjunto de comunidades que colaboram entre si para a sobrevivência de todos os participantes do mesmo meio.
Existem modelos que contribuíram para países se reinventarem economicamente, como é o caso da Espanha, que concentra dois dos principais ecossistemas de inovação da Europa - Madri e Barcelona - essa considerada a terceira cidade com a maior quantidade de fundadores internacionais. Essas e outras regiões unem atividades corporativas bem- estruturadas com a força dos talentos, que contam com opções culturais, educação e segurança, sempre comprometidas com o crescimento sustentável. Um composto ideal e possível.
O Rio Grande do Sul vem trilhando este caminho, acolhendo a ousadia de um empreendedorismo tecnológico e destemido, exemplo dos eventos recentes. Na Gramado Summit, um encontro com grandes nomes, evidenciou a efervescência de iniciativas inovadoras, que propõem soluções para velhas e novas dores.
Em maio, Porto Alegre sediará a South Summit Brasil. Especialistas nacionais e internacionais compartilharão conhecimentos diante do olhar atento à competição de aproximadamente mil startups de 76 países com mais de 70 fundos de investimentos estrangeiros, capazes de transformar ideias em realidades.
Nessas redes, a troca de experiências, ideias, informações e conhecimentos é tão intensa que as empresas nascidas nesse ambiente conseguem ser mais assertivas no product market fit, acessando investimentos mais rapidamente e até atingindo status de unicórnio, startups que valem mais de US$ 1 bilhão.
Estamos vivenciando um momento ímpar para que o Estado se torne realmente inovador e mais atrativo aos atuais e novos negócios. Temos, ainda, o desafio da educação e a necessidade de assumirmos uma atitude colaborativa e com escala global para sermos, de fato, um ecossistema de inovação competitivo. Só assim, teremos um novo modelo de atuação, com retenção de talentos e enormes oportunidades de emprego para a atual e para as futuras gerações.