Por Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul
Hoje é o primeiro dia útil de vigência da nova fase do enfrentamento de uma pandemia sorrateira, com o modelo que chamamos de distanciamento social controlado. Não se trata de flexibilização, volta à normalidade ou abertura desordenada. É ciência, rigor e método, colocados a serviço da possibilidade de administrar, com alguma racionalidade, a desordem a que a doença nos submeteu.
Diante desta nova etapa, quero me colocar como cidadão, que também sou, antes do cargo que ocupo. Coube a mim a tarefa de estar governador neste momento da nossa vida coletiva, mas quero falar como se fosse um vizinho, um amigo de infância ou um parente querido que não se vê há tempos. Acredite na proposta, faça a sua parte, acompanhe o monitoramento, exija o cumprimento das regras, fique em casa sempre que possível.
O novo modelo, construído em diálogo com a sociedade, propõe uma matriz complexa de risco, monitorando indicadores de saúde e avaliando o impacto econômico de restrições. O foco é salvar vidas e empresas, a partir de um parâmetro transparente e confiável, com o uso regionalizado de bandeiras. Mas a possibilidade de êxito fica reduzida se as pessoas não aderirem.
Até aqui, alcançamos resultados por conta do comportamento da população. Foram vocês que compraram o desafio de reforçar a proteção do Estado, com resignação e consciência. Não estamos em uma competição pela eficácia ou originalidade de um modelo. Apenas pensamos que a nova proposta pode dar certo e precisamos contar com a adesão da nossa população para obtermos a vitória que mais importa agora: a preservação de todas as vidas.
A gestão pública encontra sua razão de ser quando provoca impactos positivos sobre as pes-soas. O eventual êxito administrativo da nossa estratégia pouco valerá se não conseguirmos salvar um número expressivo de vidas. As gestões públicas são transitórias. Nossas realizações não alcançam a relevância e a singularidade de cada existência humana.