Por Delegado Ranolfo Vieira Júnior, vice-governador, secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul
Completamos um mês desde o primeiro caso do novo coronavírus no Brasil. De lá pra cá, a multiplicação dos números expressa a alta velocidade de propagação da covid-19, doença que surpreendeu a humanidade como um de seus maiores desafios. Por aqui, só não temos ainda o que está ocorrendo na Europa e na Ásia porque agimos rápido e com firmeza.
Desde janeiro, dois meses antes de a Organização Mundial de Saúde declarar pandemia, já trabalhávamos no plano de contingência. Preparados, pudemos ir adotando gradativamente as medidas técnicas de restrição à circulação de pessoas. Em todo o mundo, profissionais de saúde recomendam, e os dados atestam, que o isolamento social é a melhor arma contra a propagação da covid-19.
Na Itália, onde houve resistência às ações restritivas, as mortes já passam de 10 mil. No RS, as medidas, até aqui, puxam nossa evolução do contágio para abaixo do quadro italiano, mas ainda enfrentamos cenário agressivo semelhante ao de França, EUA e Alemanha. Temos de seguir achatando a curva, de forma que nosso sistema de saúde, no qual ampliamos em 22% o número de UTIs, possa absorver a demanda.
O impacto na economia será forte. Mas não há outro caminho que não seja o de pensar, primeiro, na preservação das vidas. É hora de o Estado reafirmar sua competência de garantidor das condições para a população enfrentar as dificuldades. Nosso governo já suspendeu cortes por atrasos nas contas de energia e água, prorrogou dívidas de crédito rural e imobiliário no Banrisul e ampliou recursos nos fundos municipais para micro e pequenas empresas.
Mesmo decretando calamidade pública, listamos os serviços que precisam seguir abertos. O essencial de nosso Estado não parou, mas todo o resto precisa parar enquanto buscamos a segurança científica para iniciar o relaxamento da quarentena. Ainda não é a hora. Até lá, não há melhor forma de homenagear os profissionais _ garis, rodoviários, trabalhadores de supermercados, bancos, farmácias, postos de combustível, agentes da saúde e da segurança pública _, que seguem servindo à sociedade. Eles estão na rua para sua proteção. Pela proteção de todos, fique em casa.