Por Mônica Leal, jornalista e vereadora de Porto Alegre/PP
O meu compromisso como presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre se encerrou no dia 2 de janeiro. Quando assumi a presidência, ressaltei que não teria uma postura contemplativa em relação ao Executivo municipal, mas atuaria no sentido de cobrar medidas para o cuidado da cidade e o bem-estar dos porto-alegrenses.
E foi o que fiz, cumprindo com as funções representativas e constitucionais, estabelecendo o respeito mútuo e resguardando a condição de poder independente do Legislativo. Propus uma gestão que buscasse o pleno funcionamento da Casa, oferecendo instrumentos de interesse coletivo, mais economia e transparência na consulta aos processos e no acesso dos cidadãos, zelando pelo dinheiro público e atendendo todos com igualdade.
A questão da segurança de quem frequenta e trabalha na Câmara foi uma prioridade e me empenhei pelo projeto de cercamento eletrônico e de videomonitoramento, bem como pela reforma do Teatro Glênio Peres, deixando pronto o plano que modernizará o espaço e reverterá em benefício da cultura local. A economia feita na minha gestão foi de R$ 44,5 milhões das verbas destinadas ao Legislativo, e repassada ao Executivo. Deste valor, enviei R$ 12 milhões com indicação ao prefeito de que fossem para o pagamento do 13º do funcionalismo.
Durante a minha presidência foram aprovados 253 projetos, sendo 201 do Legislativo e 52 do Executivo. Em um ano de pautas importantes e polêmicas que mexeram com a população, com as categorias e com a opinião pública, que geraram muitos debates e embates e exigiram muito posicionamento.
Enquanto presidente, assumi por duas vezes como prefeita de Porto Alegre em exercício. No paço municipal constatei que, além de competência e eficiência na administração da cidade, é preciso diálogo, harmonia e respeito.
Finquei a bandeira progressista e feminina no comando da Câmara e foi necessário ocupar este posto para ver que, infelizmente, ainda existe muito machismo nesta instância, expresso em diferenças de tratamento, em atitudes e em críticas à condução do parlamento.
Agora, retorno ao meu mandato de vereadora e ao meu gabinete com o sentimento de missão cumprida.