Por Kleber Roberto de Lima Senisse, coronel da reserva da Brigada Militar do RS e ex Secretário de Segurança de Porto Alegre
Quando a segurança pública adequar no planejamento, estratégico, tático e técnico, vetores de alta tecnologia, envolvendo "inventores/empreendedores", a inovação irá modificar as estruturas organizacionais na produção de produtos e serviços. Nosso foco não é na inovação em si, mas no contexto para combater o crime, na situação em que os avanços ocorrem como uma parte intrínseca das estruturas públicas, da União, estados ou Municípios. Porém, as organizações ainda dependem do espírito empreendedor de uma pessoa, quando deveriam ter equipes de especialistas multidisciplinares reunidas.
No momento em que convivemos com estatísticas avassaladoras, envolvendo indicadores criminais, inexistem parâmetros estudando os de cidadania, como também se desconhece estes conceitos. Nesta lógica, as estatísticas são incipientes e superficiais, trabalhando muito com ações e operações reativas para combater indicadores de um passado distante, onde o valor seria agregar dados online da atuação criminosa, visando dar respostas eficientes, eficazes e com efetividade pelo operador de segurança.
Por isso, é vital a participação do Município, com uma política social específica, estruturando observatórios de segurança pública, com qualidade tecnológica para formar o trinômio da prevenção: primária, atuando nos indicadores de cidadania; secundária, suprindo os operadores de segurança com indicadores criminais e; terciária, através de sua ação direta nos indicadores não criminais, podendo, inclusive, construir uma Guarda Municipal.
Portanto, as inovações tecnológicas devem ser realidade no combate ao crime e exigem que diversos especialistas trabalhem juntos, liderados por um grupo de Instituições comprometidas com o resultado. Assim, possivelmente, não teremos a realidade criminal atual do Estado do Ceará, Rio de Janeiro, ou do Rio Grande do Sul, entrando diariamente em nossos lares como problemas insolúveis.