A Feira do Livro, que será aberta hoje ao público, em sua 64ª edição, propicia o reencontro de Porto Alegre com ela mesma. Trata-se de uma ocupação produtiva, democrática e organizada de um espaço público que valoriza a cultura e a livre circulação de ideias nesse momento de transição e de polarização.
Com a indústria editorial desafiada pelo impacto da tecnologia, a iniciativa reafirma a leitura como uma experiência ampla. Sem prejuízo a outras formas de consumo, o maior evento do setor livreiro ao ar livre da América Latina favorece a conversa com o vendedor, os encontros com outros leitores e com os próprios escritores que circulam pela Praça da Alfândega.
É importante que os gaúchos, e não apenas os moradores da Capital, possam aproveitar ao máximo essa verdadeira celebração dos livros e as mais de 500 atividades durante as mais de duas semanas nos quais as bancas permanecerão instaladas na rua. O apelo é particularmente importante para as crianças que, mesmo com a concentração da feira numa área menor neste ano, têm o seu espaço garantido. Foi essa mescla de interesses entre os admiradores dos livros de maneira geral que permitiu à tradicional feira ser aguardada a cada primavera e incorporar-se definitivamente no calendário cultural de Porto Alegre.