Por Eduardo Guaragna, engenheiro
Temos assistido na mídia uma série de entrevistas e questionamentos, buscando avaliar as propostas dos candidatos, em especial àqueles que concorrem à Presidência da República. Como avaliar o seu preparo ao cargo? Difícil é fazer as perguntas certas.
Ultimamente as abordagens têm deixado a desejar no contexto de atuação de um Presidente da República. Faltam três elementos básicos que dão consistência as avaliações: o que deseja o candidato, como medirá os resultados e executará as ações necessárias. Os desejos se traduzem por metas. Para definir uma meta é preciso conhecer o hoje e ter claro onde queremos estar amanhã. A diferença entre ambos é a meta que precisa ser relevante e valer a pena o esforço. Como se mede? Com indicadores. É como uma bússola que mostra se a direção está certa. Como se executam as ações?
Seguindo um plano simples, mas objetivo que seja consistente com a meta desejada, sem adjetivos, contendo as ações no tempo e os recursos humanos, tecnológicos e financeiros. Vilfredo Pareto, economista italiano já identificara que cerca de 80% dos efeitos vêm de 20% das causas. Ou seja, poucos itens respondem por grande parte dos resultados. Esse princípio tem que fazer parte da plataforma dos presidenciáveis. Com certeza uma mão cheia de temas, bem trabalhados, é suficiente para, em 4 anos, nos tirar desse atoleiro. Assim, as perguntas avaliativas deveriam ser do tipo: que temas são relevantes num horizonte de 4 anos? Em nossa mão cheia teríamos: Educação, Saúde, Segurança, Desenvolvimento econômico sustentável e Qualidade de Vida. Que metas o candidato têm para estes temas e como serão acompanhadas, com que indicadores? E que planos há para cada um destes temas?
Os candidatos deveriam ser capazes de mostrar que conhecem os problemas atuais, suas causas e, principalmente, que têm um plano de ação consistente com as metas estabelecidas para os próximos 4 anos.
Este compromisso deveria ser publicado e a cada ano ser comunicado o seu andamento, prestando contas a sociedade. Temos que qualificar os debates e deixar de memes que não levam a nada de útil.