* Presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha)
Uma campanha enganosa e uma gestão decepcionante. Isso é o que o atual prefeito da Capital está transparecendo para toda população porto-alegrense. Como se já não bastassem os enormes obstáculos que enfrentamos para empreender por aqui, fora a crise econômica que tem impactado nossos negócios de forma significativa, agora o prefeito Nelson Marchezan Jr. resolveu tratar de um assunto delicado como é o corte de isenção da segunda passagem por meio de um decreto, sem ao menos consultar aqueles que necessitam do transporte público diariamente.
Em sua campanha de governo, em nenhum momento Marchezan admitiu abertamente o fim das isenções, bem pelo contrário, alegou que estas permaneceriam durante sua gestão e agora utiliza-se do sistema falido para retirar direitos adquiridos por todos os cidadãos. Em apenas sete meses, conseguiu polemizar com todos os segmentos da sociedade, entre eles os trabalhadores e os empregadores.
Como representante do setor de hospedagem e alimentação que, somente na Capital gaúcha, conta com 7,5 mil empresas e emprega 40 mil trabalhadores diretos, estes que dependem do transporte público diariamente para ir e voltar de seus empregos, sinto-me no direito de expressar a indignação de toda uma classe de trabalhadores e empresários. Não podemos ser punidos por uma gestão administrativa egocêntrica. Pergunto-me se o prefeito tem noção das consequências que este decreto pode trazer não só às instituições, mas também à classe dos trabalhadores. Mais de 60% da mão de obra do nosso segmento utiliza o transporte público. O impacto que isso trará para o setor será de aproximadamente 60% a mais no custo do vale transporte.
Que muitos governos administraram erroneamente o dinheiro público, não é novidade. Estamos todos cientes da necessidade inegável que a Prefeitura tem de controlar gastos e receitas. As medidas decretadas por Marchezan só acarretarão um ônus enorme e injusto para quem necessita deste meio de locomoção. Não podemos mais aceitar que a sociedade pague pela incompetência desta atitude. Está na hora de nos posicionarmos e defendermos nossos direitos.