Já falei com uma das filhas. Tentei falar com a outra e não consegui, mas como vive em Bagé, a probabilidade é bem menor. Falar com um amigo para desabafar só vai piorar o meu estado de espírito. Cada pessoa em Porto Alegre tem uma história de assalto para contar. E algumas delas com a morte de alguém da família. Estou angustiado, p... da cara, porque não posso fazer nada. Um canalha invade minha privacidade, me pega escrevendo de madrugada, atendo o telefone, desprevenido, e escuto aquela voz de mulher, igualzinha às vozes das minhas filhas, que diz desesperada: Pai, eu fui assaltada, fui sequestrada! E cai no choro.
Artigo
Alcy Cheuiche: o golpe do sequestro da minha filha
A única arma que tenho é a arte de escrever. E a estou usando novamente, sem perder a esperança