O ataque norte-americano à base militar síria de onde teria partido o avião que lançou gases tóxicos sobre a população civil é uma resposta firme do mundo civilizado ao ditador Bashar al-Assad, que precisa ser responsabilizado pelas barbáries que vem praticando. O uso de armas químicas não é apenas um desrespeito à legislação internacional, que proíbe esse tipo de substância. É uma afronta à humanidade.
Os gases que causaram mais de 70 mortes na província de Idlib, entre as quais duas dezenas de crianças, além de ferir cerca de 160 pessoas, demonstram acima de tudo a crueldade das tropas do ditador. Ainda assim, preocupa que a reação ocorra de forma unilateral. E, ao mesmo tempo, que dê margem ao recrudescimento de um conflito bélico no qual quase 500 mil pessoas já foram mortas por armas convencionais, sem uma repercussão à altura desse verdadeiro genocídio.
Lamentavelmente, é pouco provável que o Conselho de Segurança das Nações Unidas, ao qual caberia uma resposta multilateral, reúna condições de adotar uma ação cabal contra essa atrocidade. É o que se deduz depois de não ter conseguido sequer levar adiante uma investigação independente sobre o ataque com armas químicas. Menos mal que, neste primeiro momento, a iniciativa tenha mobilizado tradicionais aliados, evitando uma concentração excessiva de poderes nas mãos de alguém em relação a quem ainda pairam muitas desconfianças, como é o caso de Donald Trump.