Por muitos anos, o Estado apropriou-se de uma espécie de 'monopólio do bem'. Daí originou-se a falácia de que o interesse dos indivíduos e o da sociedade eram incompatíveis e que apenas a figura do Estado poderia equilibrá-los. Para tanto, a máquina estatal agigantou-se, encastelando-se em uma miríade burocrática e corporativista,e estabelecendo uma carga tributária obscena para fazer frente às suas boas ações.
A situação da segurança pública não tem uma única causa ou culpado. Combina a falta de prioridade da função mais básica de qualquer Estado com a pouca valorização de pessoas cuja vida é dedicada a defender os nossos direitos mais fundamentais e, ainda, a delicada situação fiscal criada por sucessivos déficits governamentais. Na falta de qualquer perspectiva real de melhora, vimos o status quo ser desafiado ironicamente pelos mesmos indivíduos contra os quais o Estado jurou defender a sociedade.
Um grupo de empresários resolveu envolver-se concretamente para ajudar na solução de um problema de todos, assumindo para si o conserto de mais de cem viaturas que estavam fora de uso, e mostrando como as pessoas estão dispostas a ajudar voluntariamente nas causas que acreditam. Mais que o efeito prático direto dessa ação, ela nos traz um convite a uma reflexão fundamental.
Além do desejo de fazer o bem, o que vimos foi eficiência e agilidade na busca por mais segurança. Para a sociedade como um todo, mas para cada indivíduo também. De fato, não são excludentes, e saber isso será fundamental para as reformas que virão. Foram os indivíduos, e não o Estado, que construíram as riquezas do Rio Grande do Sul e é cada cidadão que ajudará na nossa reconstrução.
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Bruno Zaffari: a sociedade
Empresário
Bruno Zaffari
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