A crise brasileira traz um clima de pessimismo em relação às mudanças necessárias para o Brasil evoluir. Mas, dentro desta realidade caótica, existem exemplos de governanças públicas qualificadas. Entre elas está a atual gestão do Espírito Santo.
Apesar de ter perdido receitas da distribuição dos royalties do petróleo e dos incentivos do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), o Estado administrou as contas públicas finalizando o ano de 2016 com os pagamentos em dia e saldo positivo em caixa. O desempenho da educação evoluiu, como mostram os resultados do exame internacional Pisa de avaliação de alunos, realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no qual o Espírito Santo ficou em primeiro lugar no Brasil. O Estado deu início à implantação gradativa da metodologia de Escola Viva de turno integral, que assegurará resultados ainda melhores no futuro.
Na segurança, o ES progrediu, ao reduzir em 16% a criminalidade, enquanto outros regrediram. O sistema prisional, que já foi um dos piores do país, também melhorou. O Estado é hoje o único que há mais de dois anos não registra a ocorrência de mortes, além de possuir um programa de ressocialização com resultados efetivos.
Mesmo com controle de gastos, o Espírito Santo investiu em saúde, educação e infraestrutura de logística e barragens, de modo a enfrentar a pior crise de estiagem que já teve. Seu exemplo de práticas de gestão e governança, de não gastar mais do que arrecada e de procurar gastar com eficiência, não deixando que a máquina pública fique maior do que a sociedade que deve atender, tem despontado no contexto nacional. Como liderança, o governador Paulo Hartung possui uma agenda política convergente com os demais poderes, com o objetivo supracorporativo de fazer do Espírito Santo um Estado melhor para sua sociedade.
Este exemplo cabe ao RS, onde os interesses das corporações têm se colocado acima dos interesses da sociedade gaúcha. O Executivo gaúcho tem enfrentado, liderado e empreendido ações para administrar o caos estadual. Tem evoluído em vários pontos. Mas entendemos que uma convergência política mais ampla de apoio, sem subordinações corporativas, ainda precisa ser reforçada.