Descontinuado pela crise econômica e pelo envolvimento de um grande número de empreiteiras na Operação Lava-Jato, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está em fase de redefinição pelo governo federal. É importante que, diante das limitações orçamentárias, o governo decida logo o que pode ser feito para que o projeto, símbolo da administração petista, consiga ir além das intenções, independentemente da manutenção ou não do nome e da configuração atuais. O país precisa criar as condições para retomar logo os investimentos, mesmo que com outro ritmo, para melhorar a infraestrutura e gerar empregos.
Em princípio, a ideia é dar continuidade a obras que possam ser concluídas até o próximo ano. Mantido esse critério, seriam desembolsados R$ 80 bilhões no período, permitindo a retomada e conclusão de obras essenciais, nas quais já foram aplicados recursos em volume considerável, como é o caso, no Rio Grande do Sul, da nova travessia sobre o Guaíba.
O momento é oportuno também para a correção de fragilidades no programa de investimentos, que não pode se prestar apenas para discursos eleitoreiros e precisa de maior coordenação entre as diferentes áreas envolvidas. Ao mesmo tempo, é necessário encontrar formas de aplicar melhor as escassas verbas disponíveis, freando o desperdício de dinheiro público e as margens para corrupção.
Por sua complexidade e custo elevado, além de terem retorno financeiro demorado, obras de infraestrutura nem sempre estão entre as mais atraentes para investidores. Por isso, em alguns casos, é preciso assegurar também as condições adequadas para alternativas como parcerias, que incluem taxa de juros e prazos adequados.