Descontado o fato de que as vias urbanas estão sobrecarregadas e o trânsito se tornou mais lento também por causa disso, a redução do número de mortes em acidentes nas estradas gaúchas deve-se em muito ao rigor da legislação, a punições bem mais pesadas no bolso dos maus motoristas e à instalação de controladores eletrônicos e barreiras físicas. A Lei Seca tornou-se uma realidade e está mudando para melhor os hábitos dos condutores, tendência que é preciso preservar daqui para a frente, incluindo a época de maior deslocamento nas rodovias, nos meses de veraneio.
A redução na velocidade imposta por um aumento de 26% na frota de veículos em circulação nos últimos seis anos foi determinante para a queda de 23% no total de mortes no trânsito no período. Mais do que as campanhas educacionais, essenciais na redução de acidentes, o que vem pesando mesmo para uma mudança radical no comportamento dos motoristas é o rigor nas punições. Hoje, menos gente se arrisca a tomar o volante depois de ingerir bebida alcoólica, pois corre o risco de arcar com uma multa de R$ 2,9 mil, além de ter a habilitação suspensa e o veículo recolhido.
O ideal é que uma importante conquista como essa sob o ponto de vista da preservação de vidas humanas seja mantida e ampliada não pela impossibilidade física de os veículos circularem em velocidade maior ou pelo elevado valor da multa, mas por conscientização. Por isso, cabe ao poder público garantir rodovias seguras fiscalizadas com rigor e, aos motoristas, não perderem nunca de vista os danos que o mau uso de um veículo pode provocar.