Até há bem poucos anos, se alguém falasse em robôs, inteligência artificial, carros sem motorista, impressoras 3D, algoritmos, estaria falando em ficção científica. Hoje, tudo isso faz parte da vida de muita gente e tira cada vez mais empregos, pois robôs e IA estão facilitando pagamentos bancários, aprimorando a mídia nas agências, curando doenças, criando medicamentos e alimentos, melhorando o transporte, a energia e a educação, acelerando o progresso tecnológico, trabalhando para a vida humana durar mais tempo.
Neil Jacobstein, chefe de IA na Singularity University, explica que "não devemos nos assustar com a Inteligência Artificial, mas com a estupidez humana". Ele está certo, já que a IA está sendo usada para complementar a mente humana. Muitas das novas profissões são diferenciadas e de alto nível de conhecimento. Empregos tradicionais, com carteira assinada e benefícios, estão rendendo cada vez menos dinheiro. Estão desaparecendo ou se tornando commodities. Os norte-americanos estimam que 45% dos empregos que existem hoje serão destruídos por robôs e inteligência artificial até 2021, ou seja, daqui a cinco anos!
O emprego como conhecemos hoje, uma só atividade, exercida em uma mesma empresa, férias remuneradas, etc, vai se tornar raro. A necessidade de pessoas nas empresas está móvel. Hoje, precisam de determinado talento, amanhã, de outro. E como manter isso com tantas amarras que, especialmente, a legislação brasileira tem, redundando em custos altos de contratação e demissão? Algo terá que ser mudado, ou ficaremos ainda mais para trás. Por outro lado, é cada vez mais difícil conseguir o dinheiro que queremos e a motivação/prazer que precisamos em um mesmo lugar. Algumas empresas, como o Google, estão tentando fazer do local de trabalho também um lugar de lazer.
Cresce o número de pessoas que se dedicam a mais de uma atividade, dependendo menos de uma só empresa e tendo mais de uma fonte de renda. Buscam mais flexibilidade na vida pessoal e profissional. Há pouco tempo, quis contratar uma boa profissional e ela me disse: trabalhar também para tua empresa, ok. Mas só para ela, não! Conheci um sueco que atua como professor, palestrante, CEO de uma empresa, consultor de outra, publisher. Essa nova maneira de encarar o trabalho deve crescer. O futuro vai passar por possibilidades como trabalhar em qualquer local, ter estruturas mais "permeáveis"e flexíveis. Sermos mais "aprendedores" do que "conhecedores", customizando o trabalho para nós mesmos. Na era da "economia das ideias", cultivar uma boa rede de relacionamentos (nos cercarmos de grandes pessoas!), ter vidas criativas, aprender de tudo o tempo todo e ser curioso é o que vai garantir o futuro profissional. Charles Watson, um amigo escocês, diz há muitos anos: "Precisamos nos preparar para responder perguntas que ainda não foram feitas". Guimarães Rosa já dizia: "Eu quase nada sei, mas desconfio de muita coisa". E o grande escritor português José Saramago complementa: "A velhice começa quando se perde a curiosidade".