O pacote de reestruturação da administração estadual avançou significativamente na Assembleia Legislativa com a aprovação dos projetos de extinção de fundações e órgãos estaduais, em votações marcadas pela forte resistência da oposição e por protestos de sindicatos e corporações de servidores. Por mais que algumas dessas instituições tenham sua atuação associada a diferentes áreas do cotidiano dos gaúchos, o fato é que, em muitos casos, não havia mais sentido em continuarem sendo bancadas pelo poder público. O desafio, agora, é garantir uma transição tranquila, para evitar a descontinuidade ou queda de qualidade na prestação de serviços realmente essenciais prestados por algumas dessas instituições.
Num primeiro momento, a medida representa a demissão de mais de mil servidores celetistas e o remanejamento de centenas de outros. O impacto social a servidores e a seus familiares é considerável. Ainda assim, o governo estadual garante que não haver outra saída para a estrutura do Estado voltar a caber no bolso dos contribuintes que a sustentam.
Por acreditar nisso, o Executivo e os parlamentares que o apoiam vêm se submetendo a grande desgaste político particularmente entre sindicatos e corporações de servidores. E agem assim por acreditar que estão sendo fieis ao compromisso assumido com a maioria da população.
Resta esperar que o processo de destinação de bens e imóveis e de redefinição das atribuições dos órgãos extintos ocorra de forma sensata, responsável e eficaz. Alguns serviços precisam continuar ao alcance da população, com níveis adequados de custo e qualidade. É preciso também que o governo saiba administrar com firmeza e sensibilidade o inconformismo de categorias que já começam a paralisar serviços indispensáveis.