Encerra-se nesta quinta-feira o horário eleitoral obrigatório em rádio e televisão, que refletiu uma das campanhas eleitorais mais modestas desde que o país se redemocratizou. Devido principalmente à escassez de recursos, a campanha se desenvolveu de forma discreta na maior parte dos municípios, sem comícios públicos, sem propaganda ostensiva e sem programas cinematográficos na mídia. Mas é importante registrar que os candidatos e partidos tiveram plena liberdade para se manifestar, para exercitar a criatividade e para entrar em contato com os eleitores, especialmente por meio das mídias sociais que hoje facilitam a comunicação. Além disso, veículos de imprensa comprometidos com os interesses dos eleitores dedicaram espaços suficientes para expor biografias e propostas dos principais pretendentes às prefeituras, sem negligenciar informações pertinentes relativas aos candidatos aos parlamentos municipais.
Com a proibição de doações por pessoas jurídicas e redução do tempo de propaganda nas ruas, de 90 para 45 dias, candidatos e partidos tiveram menos recursos para gastar. Ainda assim, algumas irregularidades foram detectadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, entre as quais a doação de cerca de R$ 15 milhões por pessoas qualificadas como beneficiárias do programa Bolsa Família. Cerca de 16 mil pessoas aparecem nesta condição nos registros do TSE, que, evidentemente, instaurou investigação para verificar se os CPFs foram utilizados de modo fraudulento.
Mas o fato maior é que a campanha eleitoral está terminando e agora o desafio passa para o eleitor, que precisa definir com atenção e responsabilidade o seu voto, para depois poder cobrar dos eleitos. Aqueles que optarem por votar em branco ou anular o voto também estarão exercendo um direito constitucional, mas devem se conscientizar de que outras pessoas estarão escolhendo por eles.