Os Jogos Olímpicos instigam uma importante reflexão sobre as instituições que moldam o progresso no mundo. Há, no esporte, muito mais do que estamos acostumados a ver da torcida.
Os atletas não têm um mesmo ponto de partida ou condições de treinamento. Alguns dispõem de apoio e centros modernos, enquanto outros fazem o possível com o que está a sua volta. O certo é que, independentemente de origem ou história, as regras valerão para todos igualmente. Assim, são possíveis as belas trajetórias de superação e mérito e os pódios compostos pelos mais diversos países. É a combinação da igualdade perante a lei com o seu império, tão fundamental para dar segurança para uma sociedade prosperar.
A livre concorrência é outra instituição que fica clara com a evolução da Olímpiada. O desejo de vencer e bater recordes levou os atletas a transformarem os esportes ao longo das décadas. É o mesmo espírito que move os empreendedores do mundo: reinventar negócios com uma proposta de valor melhor para os consumidores. Nem todos sucedem, mas é a possibilidade de atuarem em um mercado livre que permite ao consumidor fazer as escolhas que moldam o futuro dos negócios. Afinal, se os atletas servem ao esporte, os negócios existem para servir à sociedade.
Por fim, existem as interferências no processo, como os casos de doping que violam a integridade da competição. Essas são comparáveis aos incentivos artificiais dos governos. Na forma de subsídios, barreiras burocráticas e tantas outras intervenções, tiram a neutralidade do mercado, privilegiando alguns e gerando distorções silenciosas que cobrarão caro da sociedade.
São muitos os exemplos que nos ajudam a pensar um novo modelo para o Brasil. A lição mais importante, contudo, é que o desenvolvimento da humanidade, nos esportes ou na vida, depende do ambiente que nos cerca. Podemos nos adaptar, mas só conseguiremos evoluir se tivermos as melhores instituições.