Lastimo que a presidente Dilma não tenha aproveitado a oportunidade – no seu discurso aos senadores – para pedir desculpas ao povo brasileiro.
Especialmente aos seus eleitores, iludidos e enganados por um conjunto de promessas irreais e informações socioeconômicas omitidas e falsificadas durante o processo eleitoral de 2014.
"Quando acaba a propaganda, vem a História", disse um personagem de um filme que vi, faz alguns dias. Evidentemente, não poderia ser diferente. Quem entende um mínimo de economia já previa tudo isso.
Descontados os fanáticos governistas e crentes na sua "igrejinha ideológica", sabia-se de antemão que "o conjunto da obra" era insustentável.
E isto já fora dito – como alerta – durante as gestões de Lula, que dirá nos governos Dilma, a quem caberia, consequentemente, juntar os cacos e proceder as adequações necessárias. Não o fez.
Preferiu optar pela propaganda e manter as aparências, por solidariedade ao seu chefe e criador. Compreende-se. Se agisse preventivamente, "desvestiria o santo e seus apregoados milagres".
Fez pior. Inventou "uma nova economia" que resultou, inevitavelmente, em artifícios orçamentários, fiscais e contábeis, entre outros atos lesivos contra a administração pública. Deu no que deu.
E aqui estamos. Déficit nacional gigantesco, economia em recessão, inflação descontrolada, milhões de desempregados, Estados e municípios "quebrados".
Mas há algo pior. Economia, estabilidade, controle da inflação e empregabilidade são passíveis de recuperação e adequação, ainda que possam exigir alguns anos de sacrifício.
Pior, repito, é a (in)fluência dos "membros da igrejinha" que continuam negando fatos policiais e judiciais. Demagogicamente, criam teorias conspiratórias, deusificam seus santos de barro e manipulam temáticas (sérias!) étnicas, regionais e de gênero, gerando e mantendo um debate insano e inócuo.
Ignoram que a História se sobrepõe à propaganda, ainda que, às vezes, tardiamente!