Vivemos um momento de transição do mundo da indústria para o da alta tecnologia, especialmente no mercado de trabalho.
Quanto mais amarras, vínculos, burocracia, leis, regras, mais os empresários se desencorajam a empregar e, cada vez mais, buscam na tecnologia soluções para diminuir custos e riscos trabalhistas.
Excesso de regulação impede o crescimento e atrapalha a fluidez que o mercado atual demanda.
Assim como nos relacionamentos, quanto maior a liberdade, maior o prazer em estar "perto", no âmbito profissional, maior o prazer na realização daquele trabalho. E, com isso, a remuneração passa a ser consequência e não motivação.
Quem disse que teríamos que nos ater a uma única atividade, apenas uma profissão?
Cresce a quantidade de pessoas que "vendem" só uma parte da sua agenda de trabalho para apenas uma empresa. A nova geração de profissionais pede essa mobilidade.
Querem algum tempo para si e para exercer outras atividades que, com certeza, acrescentarão conhecimento, experiência e renda.
É razoável que algumas profissões tenham proteção, especialmente as mais simples, mas nem todas atividades precisam da tutela do Estado.
A tecnologia cria novas profissões, mas também extingue empregos. O que fazer para minimizar isso? Já sabemos que impedir é praticamente impossível.
E o que fazer com os que foram ou serão substituídos por máquinas? A tecnologia surgiu para ajudar e não para punir.
O estudo e a reciclagem permanentes ajudam os profissionais a se manter trabalhando. Mas muita gente não consegue se atualizar.
É importante achar um caminho para requalificar o mundo produtivo, gerando mais qualidade de vida e de renda para todos.
Precisamos buscar novos modelos para atingir a flexibilidade no trabalho, como o exemplo da americana Zappos, que não tem cargos, nem um organograma convencional, nem chefes.
Funciona com o sistema de holocracia. A empresa tem um banco de tarefas, com prazos estipulados e remuneração conforme a entrega.
Os "colaboradores" não cumprem hora, não têm local de trabalho, não batem ponto. Escolhem as tarefas colocadas no mural e decidem quantas querem assumir.
Entregando no prazo, remuneração garantida. Ou seja, cada um escolhe a sua remuneração.
Parecem ter encontrado um jeito de usar a tecnologia para chegar a tão desejada flexibilidade.
E por que não flexibilidade com tecnologia?